quarta-feira, 30 de julho de 2008

A Saga de Sinsalabim - Capítulo 2: O Destino de Sinsalabim

Sinsalabim estava na fossa, sem dinheiro nem mulheres, sem roupas, sem vergonhas; tinha apenas um objetivo na mente, chegar ao Barril de Ouro e clamar por serviço, um “bico” qualquer, um “quebra-galho”, ele não se importava, não estava em condições de fazer exigências, estava indo lá para aceitar tudo, até cargo de gerente. Estava disposto a se rebaixar.
Desceu a colina, atravessou a moita, e voltou ao vilarejo em busca da taberna e do emprego.
Mas ‘Só-tem-Pedreira’ era um lugar cruel, e, ao chegar ao pequeno vilarejo de Axila Ville, nosso herói não encontrou nenhum Barril De Ouro, só um boteco chamado Mastur Bar. Procurou desesperado em cada canto das travessas escuras e encontrou nada senão um panfleto, maltratado pelas intempéries e mordiscado pelos ratos: um panfleto anunciando a saída do Barril de Ouro da cidade.
O sucesso da taberna levou Zéma Lockeiro (dono do bar) a querer difundir sua famosa “Sopa com Naquinhos de Porco Selvagem” para todos os confins de Só-tem-Pedreira. Para isso, nada melhor do que migrar para a vila da Pedra da Picadura, uma região fronteiriça, na divisa do reino do Regente-em-chefe Alisan do Cressi, com as terras inóspitas de Pout ah Velh’a, o Shamã mais temido em toda Só-tem-Pedreira.
Mas a onda de azar perseguia o pobre Salabim, tão bem soube onde encontrar o Baril de Ouro, salteadores apareceram para roubá-lo, e, indignados por ele não ter um tostão, roubaram-lhe suas roupas. Mas nem assim desistia Sinsalabim (Rimou!).
Por incontáveis semanas Sinsalabim vagou, errando por várzeas, atravessando charnecas! Correu desnudo por intermináveis campos de trigo, com lágrima nos olhos sempre que o joio das gramíneas batiam em suas partes íntimas.
E foi com as bolas inchadas e um sorriso no rosto que nosso estapafúrdio herói teve os primeiros vislumbres da temida vila da Pedra da Picadura. (SE TIVÉSSEMOS AQUI UM SATÉLITE NO QUAL PUDESSEMOS AFASTAR O ZOOM DE SINSALABIM VERÍAMOS QUE, PARA CHEGAR À PEDRA DA PICADURA SÓ ERA PRECISO ATRAVESSAR O PEQUENINO BOSQUE NO PÉ DA COLINA DE SEU TIO EREMITA, ENQUANTO O MENTECAPTO PERSONAGEM ATRAVESSOU MEIO CONTINENTE).

Chegando à Vila, Salabim logo localizou a taberna tão almejada e, literalmente pelado, adentrou o recinto com pose e porte de fidalguia.
Se dirigiu ao balcão e pediu para o barman sobre Zéma Lockeiro:
- Seu Petulante! Como ousas querer falar com ele nesse estado! Seu porco imundo, vaza daqui!
- Está tudo bem Rhasp Arroska, deixe comigo! Disse, de repente, uma voz de ator pornô.
Era Zéma Lockeiro, parado na porta da cozinha, todo besuntado em óleo, sem camisa, com o avental na cintura e estrangulando uma galinha:
- Eu sei porque você está aqui Sinsalabim! Disse Zéma, jogando a galinha para o lado e puxando um banco.
- Sabes? Perguntou perplexo nosso campeão.
- Sim, tu foste enganado por teu tio. És o terceiro sobrinho que ele engambela. Aqueles que ganharam de ti no ‘pife’ não passavam de capangas dele. Ele usou o estereótipo de tio eremita com seus primos também, tudo fachada, ele se faz de bonzinho enquanto rouba e gasta o seu dinheiro com bebidas e mulheres, você foi....MANIPULADO!!
-NÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!
-SIIIIMMMMMMM!!!!
-NÃÃÃÃO!!!
- Sim.
-NÃÃÃÃO!!
-Já basta.
-VINGANÇAAAAA!! Bradou nosso abalado aventureiro.
-Para isso, meu rapaz, você vai precisar de roupas e treinamento. Seus primos buscaram vingança também, e nenhum deles sobreviveu para desmascarar aquele velho lanfranhudo!
- Vingança é a única coisa que quero, diga-me Zéma Lockeiro, o que preciso fazer?!?!?
- Trabalharás para mim em troca de treinamento e moradia.
- Certo, o que farei, serei seu guarda-costas? Leão de chácara na sua Taberna? Garçom? Barman?
- Meu jovem rapaz, outra vez tu foste vítima das maquinações odiosas do teu tio, aqui é não é um bar qualquer, isso aqui é um prostíbulo.
- LEGAL! Quer dizer que além de treinamento, comida e estadia, vou poder comer as tias também?!?!
- Meu jovem, tu não está entendendo bem aonde quero chegar!
-Não, não me diga que...
- Sim...
-NÃO!
-Sim!
-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!

...o que será que Zéma Lockeiro quis dizer ao nosso bravo andarilho? Será que ele vai rodar a bolsinha? Ou existem palavras subentendidas que não conseguimos compreender?

Qual será o destino de nosso - não tão nobre assim - Herói? Ele venderá seu corpo? Terá a sua vingança?
Esperaremos...

terça-feira, 29 de julho de 2008

A Saga de Sinsalabim - Capítulo 1: O início da jornada

Esta é a história de Sinsalabim, um personagem criado pelos membros desse blog, que bota qualquer Aragorn, Luke Skywalker ou McGywer no chinelo. Cada parte irá sendo escrita pelos diferentes integrantes do site (na real iso é um jeito legal de dizer que cada parte será escrita por aquele que não tiver nada para fazer no momento). Segue agora o primeiro capítulo:

O início da jornada

Axila Ville era uma pequena aldeia situada em algum lugar do mundo de Só-Tem-Pedreira. Era nesse mirrado lugar que vivia nosso herói Sinsalabim. Sinsalabim era um sujeito que nunca fizera nada na vida: era um vagal. Ganhara uma vez na corrida de cavalos e desde então só vivia do dinheiro ganho com a aposta. Mas em um dia, tudo mudou. O seu dinheiro foi embora tão rápido como chegou: foi jogar um carteado na taverna da esquina e perdeu tudo (mas achou estranho os caras contra quem jogou usarem mangas longas num calor de 35°C...). Enfim, Sinsalabim (putz, rimou!) perdeu tudo. Tudo mesmo, pois só ficou com as roupas do corpo.
O desespero se abateu sobre o nosso valente aventureiro e ele não sabia o que fazer. Até que ele se lembrou de um tio que virou eremita e que vivia em uma montanha nas redondezas (o restante de sua família vivia na capital, a muitas léguas dali), e decidiu pedir uns trocos pro seu parente.
Depois de um tempo no mato, achou a montanha. Ela possuia uma escada íngreme, que ele subiu.
Chegando lá, se deparou com uma caverna escura e, no momento em que ia entrar, ouviu uma voz: "Alto lá, que vem lá?" (rimou de novo...).
-Sou seu sobrinho, Sinsalabim...
-Quem?
-Sinsalabim... Nesse momento um velho, com a barba branca indo até o chão, sai do fundo da caverna.
-Ahhhh! Mel lembrei de você! O que é que você quer?
-Estava pensando se o senhor não poderia me ver uns pilas, porque eu estou na maior pindaiba...
-Bwahahahaha! Você bate bem da cabeça? Olha o meu estado, e você me pede dinheiro? E eu pensando que você tinha me trazido uma pizza ou um treco assim. Seu inútil.
-Bem, desculpa atrapalhar a sua meditação... Falou Sinsalabim, desiludido, preparando-se para ir embora de mãos vazias.
-Meditação? Não fale asneiras! Eu só estou aqui por que tentei dar o golpe do baú numa baronesa quando era jovem e tive que fugir para não me capturarem! O velho parou um pouco, matutou um momento, e retornou a falar:
-Olha, tu é meu sobrinho e vou quebrar o teu galho. Já que tu tá na sem nenhum tostão, vou te dar um conselho. Então, num tom solene e poético, o tio de Sinsalabin completou:O seu caminho levará até o Barril de Ouro!
-Barril de Ouro? O que é isso? um Barril transbordando pepitas douradas? Falou Sinsalabin, entusiasmado.
-Você está louco? Só sabe falar besteira? O velho exclamou. Barril de Ouro é um pardieiro, quer dizer, uma taverna que um velho amigo meu é dono. Vai lá, diz que eu te mandei e vê se arruma um trampo de, sei lá...manobrista ou leão-de-chácara.
E aí está. Sinsalabin não conseguiu nenhuma moeda, mas agora pelo menos tinha um rumo para seguir, que sem dúvida levará nosso audaz herói a inúmeras, memoráveis e épicas aventuras!!! Ou não...