domingo, 9 de novembro de 2008

A Saga de Sinsalabin - Capítulo 15: o Batedor

A depressão prosseguia comendo solta na sala circular do covil de Verca. O que fazer? a velhota tinha escapado e era preciso achar um meio rápido de achar ela e Pout ah Velha'a (rimou!). Um exército inteiro era inviável para encontrá-la, já que é muito grande, barulhento e lento. A dúvida do que fazer prosseguiu até que Lady Incent Ivo Acultura quebrou o silêncio:
- Só existe uma coisa a ser feita - bradou - Você, Sinsalabin, deve agir como batedor: partir na nossa frente, encontrar a megera e nos avisar. Quando recebermos teu sinal, partiremos imediatamente a teu encontro. É a melhor coisa a se fazer.
-Putz, logo eu? - Respondeu nosso herói, brabo mas resignado - Bem...fazer o que né? Vamos lá Erca e Jurbo, que agora o caldo vai engrossar...
-Espere! - Interrompeu a general - Os dois goblinóides não podem ir junto! Eu tenho fantasi... erh... assuntos a discutir com esses dois nanicos verdes e de orelhas pontudas...
- Mas daí tu trinca meus ovos! Vou estar sozinho no meio do mato caçando uma bruxa! Como vou sinalizar para vocês virem a meu encontro?!
-Sei lá... respondeu Lady Acultura - Leva essa prutz anã aí e na hora taca fogo nela. A gente vai ver a chama e agir apropriadamente (para quem não é expert em botânica, a chama de uma prutz queimando é única: amarela, com bolinhas azuis avermelhadas e sabor de chocolate.)
E assim Sinsalabin (yes! rimou de novo!) foi largado no lado de fora do covil, com apenas diretrizes básicas do seu destino (hmmm... ouvi dizer que aquela estrela alí é divertido de seguir...mas aquela outra também é bonitinha...- aconselhou-lhe um soldado). Estava, como no começo de sua história, sozinho. Mas agora com uma prutz no lombo...
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Borgan não estava em situação muito confortável também. Virou metade orc metade porco. Fora a sua aparência porcalina, soltava uns grunhidos suínos volta e meia e tinha um rabo saca-rolhas. Pelo menos agora se identificava mais do que nunca com a causa da Ordem dos Amigos de Malanderson. Enfim, ele agora estava jantando com Schupen Pausen e Bai Tabixóvski (os anfitriões degustavam salsichas com leite moça nas pontinhas e Borgan se empaturrava de lavagem).
-Tipo - indagou Borgan - que vou fazer agora que estou transformado nisso? Cadê meus parcerias? Onde está aquela velha desgraçada? Porque essa lavagem cheira a merda? Quais são os números da mega sena?
- Respondendo a sua primeira pergunta - disse Pausen, que apesar de biruta era sábio - eu conheço a pessoa que pode fazer você voltar ao normal: Pout ah Velh'a. Então é só você ir até o Castelo-fortaleza-impenetrável-guarnecido-por-trocentos-e-dois soldados e mandar ela fazer a mágica...
- Agora deixa eu responder a segunda pergunta, Chupen! Deixa, dexia, por favoooor! - manhou Tabixóvski e, sem esperar resposta prosseguiu - A Verca provavelmente está no reduto de Pout ah Velh'a agora - e o tapado e rídiculo Bai não se contentou - A terceira resposta: eu caguei antes na panela, tava com vontade... mas, essa da mega sena é fácil! Simplesmente (censurado).
- Então - urrou Borgan - meu destino me leva até o Castelo-fortaleza-impenetrável-guarnecido-por-trocentos-e-dois soldados! Lá conseguirei me vingar de Verca Nhão e talvez voltar ao normal! E de repente de lambuja eu consigo encontrar meus companheiros!
- Nós iremos com você! - gritaram Pausen e Tabixóvski em uníssono.
- Talvez eu consiga achar oportunidades de usar todos meus brinquedos de borracha, além da minha espada do he-man! - disse alegremente Bai Tabixóvski, que depois ficou por alguns segundos esperando, junto com Borgan, que Schupen Pausen dissesse seus motivos de seguir na jornada, mas ele nada falou. Apenas foi para seu quarto se preparar, com os olhos brilhando e um sorriso aloprado na cara...
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Sinsalabin estava a algum tempo no meio do mato (perdido, é claro) mas sua indiganção e suas dúvidas não diminuiram. Estava fulo porque achava injusto partir em missão sozinho mas, ao mesmo tempo, ficava se perguntando o que iria fazer quando chegasse o momento de sinalizar, pois não queria queimar o prutzinho. Gostava dele. Sentia que os dois se completavam (é ruim heim??), ainda mais depois que regou a planta (junto com todo mundo na sala) com a sua urina.
Então nosso campeão entrou numa típica clareira da floresta, perfeita para emboscadas.
-Eita, entrei numa típica clareira da floresta, perfeita para emboscadas - comentou para si mesmo.
E foi o que aconteceu. Logo dez soldados saíram detrás das árvores e o cercaram. Sinsalabin estava encurralado. Dois deles deram alguns passos para perto do já cagado aventureiro:
-Sou o capitão Rabuk Ente, e este é meu tenente, Eucurtum Hortifruti - disse um deles - nós dois e meus homens somos uma patrulha de Pout ah Velh'a e vagamos pela floresta. Sempre estamos à procura de aventureiros metidos a heróis e, como nosso poder é propositalmente ajustado para vencê-los, sempre tiramos seus equipamentos e dinheiro e o tocamos numa prisão (essa da prisão eu aprendi nos meus tempos de milícia).
-Então - exclamou Hortifruti - vai passando as coisas aí. E seja rápido, porque estamos com pressa. Temos que nos reunir em seguida com o exército de Pout ah Velh'a, lá no campo de golfe.
- Campo de golfe? - Perguntou Sinsalabin, borrado e curioso.
-Sim - completou o tenente - Pout ah Velh'a está reunindo seu exército de trocentos e dois soldados para sua campanha em Só-Tem-Pedreira. Como ficamos sabendo que os caras do campo aceitam eventos também, só pedimos e eles nos disponibilizaram o espaço...
Bem, os brucutus iam agarrar Sinsalabin quando, de repente, um velho munido de um cajado surgiu de cima de uma árvore e começou a descer a lenha nos dez! E uma hora, quando parecia que Rabuk ia acertá-lo com uma lança, o tiozinho puxou um estilingue calibre 45. e derrotou seu inimigo. Depois de botar os magrões pra correr, o idoso foi ter com nosso herói.
-Opa - disse ele.
-Fala véio - respondeu Sinsalabin, ainda limpando a bunda com folhas secas.
-Sou um eremita. Meu nome é Roy.
-Só isso?
-Hein?
-Não é tipo Roy UmSalami ou Roy I Cospe?
-Não. Só Roy...
-Que decepção...
-Enfim - resumiu Roy - vi que estava sendo atacado e decidi ajudá-lo. Mas conta aí...que você faz nessas terras?
Então Sinsalabin contou sua epopéia para o velho eremita (se quer sabê-la, leia os outros capítulos! Não tem resuminho!!!) e acrescentou:
-Tu conhece um outro eremita que mora pelas redondezas de Pedra da Picadura? O nome dele é Sensaladin.
-Ah...tô ligado. Mó' enganador. Aquele não paga a mensalidade do sindicado faz anos! Que tu quer com ele?
-Vingança. Ele me meteu nessa situação, sabe...
-Ok, depois vemos isso. Mas agora temos assuntos mais urgentes! Vejo que você pode ajudar na luta contra Pout ah Velh'a! Eu vou lhe dar um pergaminho que irá ajudá-lo quando a hora for certa! Tome... é só ler ele quando sentir que é o momento.
Sinsalabin pegou o papel, abriu-o e por fim murmurou.
- É que, sabe, leitura não é meu forte...Ainda mais com essas letrinhas cheias de balaca e tudo o mais...
-Então vou fazer o seguinte - disse Roy, depois de fechar os olhos e suspirar profundamente - Deixa que eu desenho aqui pra tu entender melhor. Os carinhas vão ter que ser em palitinho. Desenho não é meu forte...
-Ah... - comentou Sinsalabin - esse ali sou eu, dai faço isso e isso...Ok! Beleza! Agora está muito claro! Bwahahahaha! Até eu me surpreendo com minha esperteza!
E, depois de receber direções do eremita e de se despedir, seguiu em sua jornada.
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Voltando ao nosso meio orc, meio suíno. Borgan, Schupen Pausen e Bai Tabixóvski estavam rumando para seu destino quando, ao adentrarem numa área onde um lago ficava no centro, o trio se deparou com um arquipélago de porcos selvagens! (peraí... é molho de porcos selvagens...não...hmmm, deixa eu olhar no google aqui...ah sim!!) uma vara de porcos selvagens!! E, do nada, os porcos olharam Borgan e começaram a se curvar! E Borgan entendia seus grunhidos! Eles diziam "O porco mutante das profecias! Nosso rei! Viva nosso rei!"
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De volta para o batedor Sinsalabin. Ele agora conseguia avistar a fortaleza de Pout ah Velh'a. Mais do que isso. Ali perto, no vale, estava o campo de golfe e, nele, o exército de trocentos e dois soldados de Pout ah Velh'a! Chegara o momento. Tinha que avisar o 3º exército. A batalha se aproximava. Mas como? Não queria tocar fogo na pequena prutz...

E agora? Será que Sinsalabin conseguirá avisar Lady Incent Ivo Acultura? Será que a prutz semi-bonsai sobreviverá e crescerá saudável? Será que Borgan, o rei dos porcos selvagens, e seus companheiros, farão alguma coisa de divertido?
E, enquanto isso, um certo Ilmijo Nuposti também observava o exército no meio da floresta. Munido com um pé de mesa...

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