segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Interlúdio - Étimos (A Criação)

No princípio, havia o Nada Imutável, que era o Caos e a Calmaria. Apenas diferentes associações de um vazio preponderante. Realidades em branda coexistência.
Entre ambos havia o Éter, a Centelha Dióica. Sua mera existência impedia a junção das energias antagônicas, separando-as por toda a eternidade.
Foi em um dado momento - pois que os anos, então, não eram contados em pequenos intervalos de calendário, como hoje - que houve um turbilhão. E nada mais impediu a Tormenta.
‘Foi uma diarréia sem vassoura e sem baldinho.’
E quando o Éter encontrou os Mundos em confluência, eis que surge a primeira matéria, a Quintessência do Universo.

Então veio: a aragem, a cornucópia e, novamente, a viração. Criava-se um novo Mundo.
No começo era apenas um enorme concentrado de pedra e barro, mas então, como um tumor, o aglomerado começou a expandir-se cada vez mais. E o formato perfeitamente esférico que antes possuía, agora ganhava saliências, protuberâncias e estrias, terminando, por fim, em uma figura tosca e disforme – muito similar a um pedregulho.
E foi sem possuir forma esférica ou geóide, ou melhor: “E foi sem possuir forma alguma, que Só-Tem-Pedreira acabava de surgir". Ainda que com mais características geográficas do que realmente era preciso, é verdade, mas ainda assim, novo em folha.

Entretanto, a vida ainda não havia surgido nesse lugar, pois o Plano anterior não mais existia. A Tormenta utilizou o furor da Centelha para dar forma às energias.
As águas profundas ainda sentiam as correntes tórridas da criação. E um redemoinho, nascido nos abismos escuros do oceano ascendeu à superfície. Do caos, distinguiu-se a forma da primeira divindade.
Hugo Leiro, era seu nome. E Hugo, por eras, conheceu a solidão, vagando por todos os confins da terra.
E quando não mais podia suportar o vazio, encontrou em suas caminhadas uma figura feminina, ferrada em sono junto ao barro. Reconheceu-a pela intensa vibração que sempre sentira antes de chegar a Tormenta. Era Fran Gueira.
Estiveram separados pelo Éter durante eras, amando um ao outro, fadados a nunca poderem se encontrar de verdade. Agora, enfim, seriam amantes.
Porém uma terceira figura surgia ao longe, vindo encontrar-se com os dois jovens.
Compreenderam de pronto. Criado do Éter dos Mundos: Retar da Tário. Assim o fora, posto que continha a Centelha da origem de tudo.
O amor que urgia entre Hugo Leiro e Fran Gueira criou a vida de todos os seres de Só-Tem-Pedreira.
O trabalho foi tão minucioso, que toda a existência carregava a forma mais pura e perfeita de equilíbrio que os jovens amantes conseguiram encontrar.
Durante muito semearam a vida por Só-Tem-Pedreira, enquanto Retar apenas olhava invejoso e rancoroso. Fora esquecido por eles, por aquele amor cego. Não lembravam que só estavam juntos por causa dele, ele é quem deveria ser o verdadeiro criador.
Ver os dois amantes espalhando o fruto de sua paixão pelo mundo que ele próprio havia criado, só fomentou o ódio no coração Retar da Tário. E por tempo incontável arquitetou planos maléficos, esperando o Trabalho de Hugo Leiro e Fran Gueira estar concluído. Em sua espera, Tário se tornou cruel, vil e mesquinho.
E quando a vida preencheu toda a terra, aproximou-se sorrateiramente do casal enquanto estes dormiam, e arrancou-lhes o coração. Nem dó ou piedade se acometeram de Retar enquanto extirpava, chacinava e retaliava os corpos de seus odiados usurpadores.
Quando acabou, dirigiu-se ao vulcão mais alto que existia para jogar as partes do que outrora foram seus companheiros e erradicar, de uma vez por todas, a existência daqueles únicos seres que podiam ter ameaçado seu reinado.
Ao aproximar-se da borda da colina, revelou-se o rio de lava borbulhante que corria no precipíco abaixo. E por um mero descuido, da Tário esqueceu-se de prender as fivelas de suas botas. Erro grosseiro. Ao dar o passo final em direção ao desfiladeiro, seu pé, em um extremo mau-jeito, acabou por encontrar uma pedra. E o tropicão seguinte projetou seu corpo à frente.
A queda foi deselegante. Partes de Hugo e Fran se espalharam, confundidos com pedaços de terreno rochoso e um resto de sei-lá-o-quê que da Tário almoçara. O grito de lamúria soltado pelo malfeitor foi ouvido por léguas de distância.
Mas não acabou por aí. Alguma mágica antiga foi acionada no momento em que os restos de Hugo e Fran caíram na lava com o corpo de seu algoz. E a rocha escaldante absorveu a malignitude do enfadonho Retar da Tário, levando-a ao coração da Terra.
E desde então, Só-Tem-Pedreira se tornou um lugar cruel.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Especial de Natal 3 - O Poderoso Peru

"A personalidade de um individuo é a combinação de uma predisposição genética e ambiente de criação!"

Hera Ben Sadik, dentro da carroça de salames e já se cansando de tanto se encher deles, tentou se acomodar confortavelmente em sua carroça-cela e relembrou o dia que começou a chamar-se assim!
Seu antigo nome, Hera Ben Safa, representava uma garota meiga e adorável, que corria pelos campo e subia em trepadeiras. Contudo, na véspera de Natal do ano em que completou 15 bimbadinhas (o correspondente a anos em Só-tem-Pedreira) seu irmão mais velho, com suas 17 bimbadas fazia a 18ª, aquela que o tornaria o Poderoso Peru.
Peru era forte e ao mesmo tempo inteligente, hábil com uma espada na mão, inclusive com a boca, desferindo golpes contra a arma de seu adversário deixando-o doido! Mesmo sendo assim ele não agradava Pin Golamor Did'ah, seu pai, pois na tarefa de resguardar suas defesas e proteger entradas e sempre falhava, deixando os invasores penetrar e sair deixando um grande rombo na poupança da família.
Com as diferenças postas de lado, Pin estava disposto a aceitar que seu filho começasse a cuidar de algumas partes de sua propriedade se ele seguisse a risca as tradições da véspera de natal.
Algo simples e corriqueiro, comem peru e dão os presentes e no outro dia vão e rezam a missa do galo!
Todos o preparativos prontos estavam lá, Pin, Peru, Hera e Pussymor Did'ah (esposa de Pin) então: comeram Peru!
Logo depois era a vez de dar, Hera queria sempre ser a primeira mas se pai não deixava, então eles tiravam no palitinho, menos Pin porque ele sempre tinha a palitinho maior! O presentes eram normais, Hera ganhou um vibrador que além de girar somente a glande também possuia uma espécie de mini-língua o que dizem as más línguas ser algo insuperável! Pussymor ganhou um colar de pérolas 2 em um, enfeita e pode ser usado como instrumento de pompoarismo já que as pérolas tem nada mais nada menos que 10 cm de diâmetro! Peru ganhou seu buraco mágico para ocasiões de estresse e Pin não levou nada como sempre!
No outro dia pela manhã todos acordaram para a missa do galo e na capela, somente de 4 e os 2 negões besuntados em óleo em suas tanguinhas brancas que eram os pajens de Pussymor. Hera tinha inveja de sua mãe mas não a queria mau, só seus pajens.
Mas Peru era traiçoeiro, gatuno e lépido e com seus pais ajoelhados na sua frente olhando todos para a imagem de São Guissuga (deus dos chupadores e protetor dos mordedores) enfiou sem dó nem ré sua adaga, feita a mão com a cabeça de um peru na empunhadura, em seus pais e proclamou a si:
-A maior injustiça do mundo é comerem peru e rezarem a missa pro galo!
Após essa cena, Hera que até então estava vidrada em Cume e Empé estapiou o irmão com suas mãos sem muito efeito!
-Você renegará a nossos pais e me seguirá agora minha irmã- disse Peru.
-Nunca estarei atrás de ninguém.
-Então vá dessa casa e renegue a seu nome, pois senão o Poderoso Peru ira matá-la e dar aos porcos selvagens como aperitivo!
-Bobo!!!!!!!!!!!!!!!! Viverei minha vida comendo porcos selvagens e torturando todos que possuírem um Peru dentro de si!
E com seus poucos pertences Hera saiu para dar... a vida, e os caminhos cruéis de Só-tem-Pedreira a tornaram uma guerreira cruel e sedenta por vingança, depois que Catavento-lambelambe (seu vibrador) fora roubado por um dos larápios de seu irmão por se tratar de um artefato de dominação!
Hoje Peru é o chefe de uma organização secreta paralela que mata as mulheres e tenta estabelecer a cultura, "Comam peru? Sim, mas rezem por ele antes e depois"e é tratado por seu seguidores um deus que dá sempre que necessário. Mas Só-tem-Pedreira é um lugar cruel e cheio de organizações que nossos amigos ainda irão descobrir.
Enquanto isso Sinsalabim parte ao resgate de sua amada e Hera, agora Ben Sadik, volta a encher-se de salames de porco selvagem!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Especial de Natal 2: A tarefa de Rhasp Arroska

Se tem uma tradição natalina em Pedra da Picadura, ela acontece na bodega do Zéma Lockeiro, o Barril de Ouro. Lá ocorre a melhor festa de toda a vila, a melhor Ceia de Natal.
Mas uma vez...na véspera do Natal...aconteceu!

Zéma foi na despensa pegar o peru para colocar no forno, como sempre faz...mas se deparou com uma cena horrorosa: o peru não estava lá!!
- Que merda é essa!! cadê ele?! - grunhou - Rhasp!! Aqui! Rápido!!
Rhasp Arroska, o barméin, veio como um raio.
- Olha isso, roubaram o peru! - continuou Zéma - E agora? Sem o peru a Ceia de Natal não é a mesma coisa, e então a nossa festa estará perdida!
- Então gorou... - resignava-se Rhasp.
-Não! Você irá pegar o peru de volta, Rhasp, e nessa altura do campeonato não há como arranjar outro animal...por isso, você deve encontrar o ladrão!
- E se eu não quiser?
-DAÍ TU VAI SER O PRATO PRINCIPAL, SEU PIVETE INGRATO E VAGAL - gritou Zéma - BWAHAHAHAHAHAHA!!! (na real o bodegueiro não sabe por que riu maquiavelicamente, mas não conseguiu resistir).

Então lá estava Rhasp Arroska, desesperado, no meio da rua, faltando duas horas para a meia-noite, procurando um peru perdido. Foi então que ouviu um barulho suspeito vindo de uma casa nas proximidades, como se alguem estivesse afiando alguma coisa. Era o estabelecimento de Ummontidí Banha, o açougueiro de Pedra da Picadura. Quando Rhasp foi averiguar, pela janela, viu o Ummontidí, gordo e de uns 2 metros e poco de altura, afiando um facão enferrujado que, se tivesse uma numeração, com certeza seria um facão trêis-oitão. Logo atrás dele, na mesa e acorrentado, estava o peru.

Rhasp, puxando coragem até dos intestinos, pulou pela janela e bradou.

-Rá! Então você é o larápio que sequestrou o Peru Hã?! Eu quero o peru, aquele ali, bem grande e suculento, aquele piruzão (iiiihhhhhhhhh)!
- Nem a pau - cuspiu Ummontidí - sem o peru, Zéma vai se ralar e finalmente vou me vingar por ele ter me achado no pique-esconde, quando eramos crianças. Além do mais, estou com uma vontade louca de engolir esse peru (iiiihhhhhhhhhh).
- Não quero saber das coisas terríveis que Zéma fez a você - retrucou Rhasp. - Se não vai me dar o peru (iiiihhhh) em paz, então vai na marra!!

Dizendo isso, Rhasp, notando uns temperos e condimentos em cima da mesa à sua direita, soube o que fazer. Como passa o dia fazendo drinques (fazendo os mais diversos malabarismos e guéri-guéris no processo), o barman pegou algumas coisas e misturou tudo, fazendo uma bombinha de fedor nauseabundo. Assim que ficou pronto o projétil, tocou com força no açougueiro, na esperança que com o odor ele desmaiasse.

Mas a camada de suor que besuntava Ummontidí Banha era muito grossa, e o efeito foi nulo. Com isso, o açougueiro, em meio a gargalhadas, se dirigiu ao barman, com o facão na mão.
Mas Só-Tem-Pedreira é um lugar muito cruel, até mesmo para aqueles que não são os heróis da hora. Com isso, uma gota de água, da bacia de água que estava na cômoda, caiu bem em cima de uma mosca, que, assustada, saiu voando pelo recinto. Um cusco que estava ali perto, vendo o inseto, saiu correndo atrás dele, e acabou derrubando uma vela. A vela caiu em cima de um monte de lenha, e as chamas cresceram até chegar ao teto. O teto, avariado pelas chamas, ficou detonado a tal ponto que pedaços de madeira começaram a cair. E foi um naco de um metro e meio que caiu bem em cima de Ummontidí, que simplesmente caiu desmaiado.

Triunfante, Rhasp desacorrentou o peru e ia levá-lo para Zéma, mas ficou com pena do bicho e acabou soltando-o. Depois, pensando que tinha feito uma cagada e sem vontade de virar um assado, pegou uns palitos, uns pedaços de carne e uns pimentões e construiu toscamente um peru. Ao ver a obra, Zéma só comentou:
- Tá meio magro...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Especial de Natal: Pout ah Velh'a - A Origem do Mal

“O Homem Nasce Bom, a Sociedade o Perverte”
Russeau


Chega um ponto em que a estrada se divide. Nessa hora, a meticulosidade de toda uma vida pode pender para o lado errado, pelo simples passo que [sempre] daremos em falso.

...

Pout ah Velh’a desceu as escadas, taciturno, no silêncio da madrugada; escutara um barulho no telhado, pouco antes. E até voltaria dormir, se não tivesse percebido algo descendo pela chaminé.
Agarrou um tacape que havia em algum lugar ali por perto e esgueirou-se até a beira da escadaria.
Havia uma pessoa parada lá embaixo. Alguém muito familiar. Barba comprida e roupas vermelhas, para não mencionar o saco que levava às costas (Ihhh!).
Um barulho seco, podia-se ouvir, enquanto o intruso alternava, entre uma mordida e outra, os biscoitos que estavam ao lado da lareira.
O goblinóide deixou cair o pedaço de madeira toscamente entalhado, e o barulho fez a figura postada defronte à janela se virar.
Foi então que o Shamã reuniu toda a expressão de desapontamento que sua face conseguiu reunir, para então exclamar:
- Pah Páinno Well?
- Pout ah! Exclamou o patriarca Well.
- Que é isso? Eras tu no telhado? Por que desceste pela chaminé?
- Pelo simples fato de que não chamam isso aqui de ‘Castelo-Fortaleza’ por motivo qualquer. A chaminé foi o único caminho que consegui encontrar.
- Mas por que essas roupas vermelhas, ora?! Disparou o Goblin.
- E vou lá eu saber? Eu não fico perguntando o porquê desse teu pijama de frutinhas, ou essas pantufas de coelhinho.
- Ok, Ok, entendi... só que...por um momento, eu...Exitou o shamã.
- Diga, Velh’a, pediu Well.
- Eu...eu pensei que fosse o Papai Noel de verdade!
- HAHAHAHA!! HIHIHIHI! HUHUHUHU!!! Óóó... Que bonitinho!
- Pare de rir! E me diga, o que está fazendo aqui na minha morada!
Pah Páinno Well de repente ficou sério.
- Foi exatamente como previram as profecias de Malanderson: O Filho de Sinsaladão acabou de nascer. Dizem as Parcas que ele deverá se juntar à causa, mais cedo ou mais tarde...
- Certo. Esperaremos até lá então. Disse o goblin, antes de completar: e essa sacola aí, o que tem nela?
- Ah... isso.... somente algumas coisas que recolhi no mocó de Sinsaladin, o irmão traidor de Sinsaladão. Parece que ele está reunindo forças para acabar com a Ordem dos Amigos de Malanderson, é um grupo esquisito, chamado D.A.S.P.U.
- Maldito! Concluiu Pout ah Velh’a.
Mal acabara de falar, um vulto passou por detrás da Árvore de Natal no outro lado da sala. Ambos, goblin e Well, correm para ver o que era, mas tudo o que enxergaram foi a porta dos fundos batendo e a sombra de uma carruagem voadora puxada por renas, subindo o céu contra a luz da lua (se eles atentassem, veriam uma luzinha vermelha na altura do nariz, em meio às renas, mas isso é mero detalhe).
Papai Noel tinha estado ali e fora embora, deixando um vazio no peito de Pout ah Velh’a.
Ao voltar à sala, um todo triste goblinóide percebe um pacotinho debaixo da Árvore enfeitada e, de pronto, muda sua reação.
- Obrigado Papai Noel!!! Grita o Shamã a plenos Pulmões, correndo para pegar seu presente.
- Eu sempre quis uma...
Mas a surpresa que levou nosso pequeno protótipo de vilão ao abrir o presente é de dar pena em qualquer coração bondoso:
- QUE PUTARIA É ESSA?!?! Exclamou Velh’a.
- UMA CORNETA, SEU BARRIGUDO MISERÁVEL?!?!?!
Ainda sem se conformar prossegue:
- EU TINHA PEDIDO O “KIT Poção Mágica 2000”!!!
- Calma, tentou apelar Wel: - Tenho certeza de que isso...
- Não. Interrompeu o goblin: - Isto...vai... ter... Volta!


...

Pout ah Velh’a ainda remoí os sentimentos do fatídico Natal que tivera, há vinte e tantos anos atrás. Tentara superar, seguir em frente, mas fora em vão. Papai Noel havia criado um monstro e agora iria pagar caro. Teria sua vingança, dando a cada criança de Só-Tem-Pedreira, aquilo que recebera outrora: um Natal cheio de dor e ódio.
Por mais de duas décadas, o povo oprimido de Só-Tem-Pedreira espera ansioso por seus presentes natalinos, mas a única coisa que encontram no dia 25, é esterco dentro das meias penduradas na janela, guirlandas vandalizadas, bonecos de neve em formatos demoníacos, pichações, e papel higiênico enrolado em suas casas.
Pout ah Velh’a, desde então, tornara-se o Grinch de Só-Tem-Pedreira.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Saga de Sinsalabim - Capítulo 20: Fuja Loco! (FINAL DO EPISÓDIO 1)

Pumba postava-se à doidivanas defronte aos exércitos sanguinários de Alisan do Cressi. Tremendo feito um leitão, fitava o horizonte, deixando escapar uma lágrima de dor e sofrimento. Havia três dias que estava com essa maldita prisão de ventre. Mas agora não era hora para se preocupar com esse tipo de capricho. Um soldado inimigo com uma armadura dourada e reluzente acabara de baixar sua lança e partir em investida contra o pobre suíno.
À medida que o guerreiro se aproximava, Pumba percebeu que não era uma lança que ia de encontro ao seu peito. Era um espeto. E o campeão avançava com sua ‘lingüança’ balançando para fora (‘lingüança’, e não lingüiça), babando como um São Bernardo raivoso. Segurava o espeto com uma mão, enquanto tirava o vidrinho de pimenta do bolso, com a outra.
Porém, para sua infelicidade, o inimigo não sabia que Pumba era Mestre em Kung Fu. E, na melhor performance do Estilo Avestruz, enfiou sua cabeça num buraco que havia ali na grama, mostrando a perfeição da técnica “se eu não posso vê-los, eles não podem me ver”. Contudo, isso só facilitou as coisas para o adversário que, ao obter a aproximação exata, impulsionou seu corpo o mais alto que pôde a partir do solo, girou o espeto no ar e, bradando um YABADABADU, estocou.
Mas, quando a ponta do aço se encontrava a palmo e meio do pescoço de Pumba, Só-Tem-Pedreira fez seu movimento brutal, era como um menino com um Joystick nas mãos (...e as mentes pervertidas já começam a trabalhar). Havia sido parecido no Super Nintendo; igual a apertar meia-lua para frente Y-B; Y-B; Y-B. O inesperado tinha acontecido. E não era o Tsa Tsa Tsugen Shoryuken do Ryu. Não. Algo muito pior e mesquinho acontecera, pois, como todos já sabem, a recíproca é falsa em Só-Tem-Pedreira, e o tamanho do estrago é inversamente proporcional à quantidade demandada do fator surpresa.
De repente, o guerreiro dourado encontrava-se empalado com seu próprio espeto no meio do jardim. Ninguém soube dizer, ao certo, o que tinha acontecido, mas agora todos podiam ver: Timão havia chegado.

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Durante toda uma vida, significantes números de antonomásias se cruzam, confundindo muitas das coisas que antes se encontravam em ordem natural. Nomes, por vezes, não se ligam às pessoas. Por outras, ligam-se mais do que o necessário. A verdade que prevalece, entretanto, é uma apenas. Só-Tem-Pedreira gosta de ‘carcar’ gostoso.

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Se Sinsalabim e sua gangue estivessem no local da peleja dos Manda-Chuvas, veriam algo capaz de fazer todas as suas pregas retais se abrirem como uma rosa no início da primavera.
Uma legião de degradados sociais se encontrava no pátio do Castelo-Fortaleza. Multidão que fazia frente ao 1º, 2º, 4º e 5º Exércitos de Alisan do Cressi havia descido o morro. Todos trazendo uma pandorga numa mão e uma UZI 9mm noutra. Chegaram para tocar a quebrada.
E lá estava o Timão inteiro. Todos reunidos pra furar os boy da zona sul.
Liderando a bocada estava ele: Ilmijo Nuposti, o Lobão, com sua toquinha de marginal, vestindo regata, mostrando o Coringão tatuado no braço e o Pé-De-Mesa repousado no ombro. Estava feliz, pois havia acabado de atravessar um playboy com um espeto. E agora que seu amigo Pumba estava a salvo, podia pensar no resto.
No entanto, estava confuso e, no cúmulo de sua burrice bradou:
- Pruquê us Membro da Ordi dus Amigo du Malandrição tão trocandu tiro mano? Perguntou Ilmijo.
- Quê?! Seu Vira-Lata asqueroso e burro, eles não são da Ordem dos Amigos de Malanderson! Bradou Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza, e, em sua fúria, prosseguiu:
- Eles são do Eixo, uma seita infiltrada na Ordem que visa usurpar o direito de Malanderson! São conhecidos como Ordem D.A.S.P.U.!
- O QUÊÊÊ?!?! Perguntou, perplexo, Ilmijo
- Eu sabia...tremeu Jurbo: - você foi... MANIPULADO!!! Completou efusivamente.
- NÃÃÃÃÃOOO!!! Uivou Nuposti.
- SIMM! Interpelou Judia Dimin (rimou!).
- Agora eu tô bolado bródi! Durante tudo essi tempu nóis tava contra os mano?!?! Quase que nóis apaga aqueles trêis lá na séuva. E o CB pegando fogo lá nus ‘Minis-Golfi’?! Temeu Ilmijo.
- Haverá tempo para reparar isso tudo. Porém, no momento, devemos fazer com que eles não ganhem presentes, digo, tenham uma morte lenta e dolorosa! Gritou Pah Páinno Well.
-UHAAAAA! Bradaram muitas vozes em uníssono.

E lá se foi a Arca de Noé.

O morro descia pro arrastão, e os soldados de Alisan do Cressi soltavam suas armas e começavam a fugir. E quando tudo parecia terminado, aconteceu.
Verca Nhão, que estava observando tudo ao Lado de Lady Incent Ivo Acultura, bolara um plano ‘P’ para conter o rebuliço “R”: correu até a encosta do peral que dava para os fundos do interminável “ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE-SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-PELOS-PODERES-OBSCUROS“. Esperou a corja se aproximar das muralhas, tirou uma moedinha de seu bolso e, após ter certeza de que todos a tinham visto, jogou-a alto contra o precipício.

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A peça metálica descreveu um arco contra o céu negro. A luz da lua cortava entre um giro e outro a face cuidadosamente entalhada. E a turba olhava perplexa, enquanto a pequenina porção sólida de metal trabalhado subia.
Foi só quando ela parou de ascender, naquela fração de segundo em que o objeto permanece estático no ar, que a agitação começou. Como um bando de maratonistas somalianos ao ver o copinho de água na linha de chegada, a bandidagem toda avançou contra o desfiladeiro.

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E lá se vai o Pica-Pau a descer as Cataratas.
Dezenas por dezenas eles tombavam, e continuariam caindo enquanto mantivessem a moeda dentro de seus campos de visão.
Foi assim que, em menos de 5 minutos, com a operação tática ”Lança-Moeda” o morro padeceu.

- Ai Crecilda! Gemeu Mánu Well
- E agora? Gritou Seucen Todoy
- É sebo nas canelas, gurizada! Berrou Tomás Turbando

E assim fugiram bravamente os Manda-Chuvas, gritando como menininhas enquanto tentavam livrar seus traseiros das pragas rogadas por Verca Nhão. Menos Judia Dimin, ela gritava como um ogro à procura de sua parceira sexual.

...

Encontrava-se, então Borboleta Mascarada face a face, tête-à-tête com seu inimigo. O problema é que não sabia o que estava fazendo ali, queria sair, ser livre, voar pelos campos afora.
Sentia um calor tomar conta do seu corpo e um fulgor pulsar em suas veias. Sinsalabim estava mais cheio de vida do que queijo velho em dia de calor.
Estava matutando. Porém não havia muito que pensar, usaria o único golpe que achava ser útil. Luta livre não era seu ponto forte.
- É dar ou receber, digo, bater ou correr! Incentivou Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina.
Depois do apelo, Salabim não pensou duas vezes, e dizendo as palavras mágicas de seu movimento, aplicou sua cartada:
- SIM SIM SALABIM, UM POUCO PRA TI E UM POUCO PRA MIM! Berrou nosso colorido herói, enquanto dava um rodopio no ar.
Durante seu giro, Sinsalabim atirou uma barra de manteiga em Pout ah Velh’a, mostrando seu golpe singular: o BUTTER-FLY.
O aglomerado de banha e leite coalhado acertou em cheio a bochecha direita de Pout ah Velh’a. A substância untuosa escorria pela sua face e descia até pingar por seu queixo. Salabim não ficou feliz ao ver que a expressão do Shamã mudou nos instantes seguintes. Um nervinho tremia involuntariamente, logo abaixo de seu olho esquerdo e uma veia saltava de sua têmpora. Alguém estava para ficar puto da cara.
- Er... Ahm.. Desculpe Senhor, é que eu realmente não sou b...Começou Sinsalabim, mas fora interrompido por Borgan Porco.
- Acho que é melhor a gente picar a mula bem depressinha, avisou o suíno ao ver a expressão do goblin.
- Espere! Acho que posso derrotá-lo! Falou nosso herói, recobrando suas esperanças.
Nesse momento, em uma demonstração vulgar de poder, Pout ah Velh’a pula e, ainda no ar, desfere um chute que “acidentalmente” encontra a cabeça de Brag Ilhaberta arrancando-a de sua servical.
Erca correu para levantar os espancados Bai Tabixóvski e Schupen Pausen enquanto Borgan grunhia e Salabim molhava as calças.
Como se fossem um só, os 5 se viraram para alcançar a porta, mas mal começaram a correr e Pout ah Velh’a, com a velocidade do Jaspion, postava-se contra a saída.
Foi então que Sinsalabim colou as placas. Caiu reto no chão enquanto se contraía em espasmos epiléticos. Só assim lembrou-se do que havia atormentado sua vida desde a batalha contra Kóssau Pynthu:

...Estava brincando com a barba de seu avô, na frente da lareira, enquanto este o repreendia com um olhar de desapontamento:
...- o terceiro Segredo, continuou o avô, será útil se algum dia enfrentares um Goblin enfurecido. Não, Sinsalabim, tu provavelmente não conseguirás derrotá-lo, és muito fraco e limitado, e não acredito que um dia isso irá mudar
(Pessoas velhas são cheias de sabedoria). Porém há um jeito e um só jeito de escapar: Fuja montado em um Porco Selvagem....

Salabim voltou à realidade tão rápido que só teve tempo de retirar sua máscara de borboleta, jogar todos seus companheiros nas costas de Borgan e bradar:
- Risca a estrada, Pé-de-Pano!!! Digo, Borgan!
Mas era uma tarefa difícil carregar cinco pessoas no lombo e uma caixa cheia de conteúdo pornográfico da qual Schupen não quis se desfazer.
Foi quando Erca percebeu que deveria tomar alguma atitute. Puxou 2 tijolos da parede que fora acertada pela cabeça de Brag Ilhaberta e rumou para Borgan com uma cara abatida:
- Hehehe. O que é isso? Perguntou um nervoso (?) orc (?)
- Desculpe-me companheiro, mas você irá me agradecer no futuro...ou não...mas de qualquer forma, o importante agora é a nossa sobrevivência.
Agachou-se próximo às patas traseiras de Borgan, afastou os tijolos um do outro, deixando entre eles somente as partes mais íntimas do pobre suíno. Tentava não prestar atenção aos guinchos de desespero de Borgan, que mal podia se mexer, pois, agora toda a turma tentava segurá-lo.
Toc!
Foi um som suave que fez o encontro dos dois tijolos (embora o grito que soltou o orc não tenha sido tão suave assim).
- Corre, Suíno Miserável! Desesperava-se Sinsalabim enquanto via o Shamã persegui-los.
E antes que nossos aventureiros pudessem se dar por conta, estavam deitando o cabelo com a velocidade de um faisão, rumando para fora do castelo-fortaleza.
- Uiii como é bom Cavalgar!!! Gritava Bai Tabixóvski, a medida que recuperava seus ferimentos com o vento fresco que raspava em seu corpo.
- Espero que Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza, e os outros tenham conseguido acabar com Verca Nhão! Gemeu um todo quebrado Schupen Pausen.
Mal acabara de falar e os Manda-Chuvas se juntaram ao grupo gritando como moçoilas e fugindo de quatro exércitos inteiros.
Para todos os efeitos foi um ré na bicicleta Federal. E a retirada estratégica de nossos protagonistas quase pode ser descrita como: “A fuga das galinhas”.
Correram como se fossem o filho do vento, tentando alcançar a Vila da Pedra da Picadura.
O Trajeto, que ficava a dias de viajem, foi percorrido em poucos minutos e, quando já estavam sentindo o baço pedir arrego da corrida, chegaram.

A vila parecia um campo de guerra. Os homens que se salvaram estavam se protegendo no Barril de Ouro, que agora virara uma fortaleza... as mulheres pegavam os homens desavisados quando eles saíam para colher grãos, ou mesmo tirar uma água do joelho. E os que eram capturados estavam sendo feitos de escravos sexuais. O lugar estava um Caos.
Sorrateiramente, se dirigiram à taberna e bateram na porta:
-Quem está aí? Perguntou uma voz de ator pornô.
- Somos nós Zéma, abre aí pra gente... Respondeu Sinsalabim.
- Opaaa, não to abrindo nada seu pervertido!
-...a porta Zéma. Explicou-se o valente guerreiro.
A porta se abriu e, rapidamente, todos se mocozearam para dentro. Os homens sobreviventes que lá se encontravam imediatamente sacaram suas armas e apontaram para a Judia Dimin.
- Calma, calma! Começou Dimin: - Não estou paranóica como as outras... ainda sou virgem!
- ...
- Quê? Fala sério! Pasmou-se Endo Well.
-Sim, estou me guardando para o Bat Mitzvah!
- Uau! Você nem completou 13 anos ainda?! Perguntou um esperançoso Dr. Schupen Pausen.
- Seu pobre coitado, é óbvio que já, foi só uma brincadeirinha! Emendou Dimin.
- Ahnn bom..Mas me tira uma dúvida, pediu Endo, quando tu dizes brincadeirinha, tu queres dizer que tu não és virgem ou que tu não tem 13 anos?
- Argg, sim! Irritouse a Judia.
- Sim o quê? Arriscou-se Endo
- SIM CACETE, EU NÃO SOU VIRGEM!!!
- Ufa!!! Alívio geral na galera.
- ...Então...quer dizer... claro, não que eu esteja... sei lá... querendo algo...mas... nós dois... digo... Mas Zéma poupou Endo de concluir sua frase:
- Enfim, acompanhem-me até minha sala, a Sala Craia, para podermos conversar melhor.
Após todos terem se acomodado, Lockeiro começou:
-Bom! Até os Manda-Chuvas estão aqui! Espantou-se o taberneiro.
- Como você sabe que eles...? Antecipou-se Sinsalabim
- Ele é o fiel do segredo de Malanderson, interpelou Seucen Todoy.
- Então... isso só pode significar uma única coisa, alegrou-se Zéma: - Pout ah Velh’a e Verca Nhão estão liquidados! Hahahahaha!
Silêncio geral.
- Hahahahaha! Continuava rindo.
...
- Que foi? Vamos comemorar!
- Er.. Zéma...o problema é que...começou Borgan.
Mas o Tabernão não parecia acostumado com o novo visual do orc:
- Virgenzinha de Guadalupe! Espantou-se Lockeiro: - É você Borgan? Por diabos... o que aconteceu?
- Bem, quanto a isso... continuou.
- Nós levamos um coça daqueles malditozinhos! Confessou Salabim.
- SINSALABIM!!! Todos fuzilaram nosso herói com os olhos.
- O QUÊÊÊÊÊ?!?!?! SÓ O QUE EU PEÇO É PARA VOCÊS CUMPRIREM UMA SIMPLES MISSÃO: SE LIVREM DE POUT AH VELH’A, DESTRUAM VERCA NHÃO E VOLTEM PARA CÁ! MAS NÃO, NEM ISSO VOCÊS CONSEGUEM FAZER SEU BANDO DE INCOMPETENTES! Estourou Zéma Lockeiro.
E chutando tudo, saiu da sala.
Foram todos atrás dele, mas ele já havia saído para a rua. Segundo o barman, Rhasp Arroska, ele fora se distrair de tanta estupidez.
- O bofe está maluquinho! Falou Tabixóvski.
- Eu sugiro dormir por aqui esta noite, e amanhã começar a rezar, digo, a bolar um plano, pois os exércitos devem estar marchando para cá. Aconselhou Tomás Turbando.
- Temos que apertá-los aonde dói. Falou Seucen.
- Uiiiiii, to dentro! Atravessou-se Bai.

...Juntaram-se todos ao redor da mesa, e começaram a bolar um plano, encenando os ataques com os vidrinhos de sal e pimenta. Nada podia ser ouvido, a não ser algumas palavras soltas:
- Daí a gente ataca por aqui....
- ...arbustos...
- ou então assim...
- e os cavalos também..
Seucen olhava de esguelha para Rhasp Arroska:
- aqui.. isso... isso... e usamos ele como refém.

...

Nesse momento, a porta da taberna é arrombada, e uma silhueta aparece contra a luz que adentrava o portal, começando então a subir os degraus.
Era Zéma Lockeiro, Segurando Verca Nhão pelo Cangote e arrastando Pout ah Velh’a pelas orelhas:
- É assim que se faz um serviço bem feito, diacho! Reclama Zéma
Todos estavam surpresos demais para assimilar o que acabara de acontecer.
- Salabim, prepare o Porão dos Gritos para mim, fazendo o favor!
Ninguém estava acreditando.
- Sinsalabim, não irei pedir novamente... o Porão dos Gritos....AGORA!
- S.. sim, senhor. Foi-se o herói, fazer os preparativos.
Enquanto isso Pah Páinno Well arriscava:
- Temos que ter cuidado, os Exércitos virão procurar esses dois aí.
- Exército? Que Exército?... Ahh, aqueles putinhos lá... Hehehe, nem queira saber. Huhuhu.
*Engolida em seco em uníssono.*
Zéma futricou em um dos bolsos de Pout ah Velh’a, retirando um frasco para, em seguida, arremessá-lo à Borgan:
- Ó, isso é pra ti voltar ao normal.
Mas Borgan não possuía mais braços, somente patas, e agora observava o frasquinho ir de encontro ao chão de pedra da Taberna.
Porém, Tomás se joga valentemente no chão, sujando suas roupas de Burguês para resgatar o frasquinho. Levanta-se abre-o e dá pra Borgan (Hmmmm...dá pro Borgan).
Em poucos instantes, o orc se transformava novamente em Orc, para alívio de todos:
- Porra... não agüentava mais essa vida de porco.
E continuou com o desabafo:
- Polegares opositores fazem mais falta do que aparentam...
Mas, no meio tempo Sinsalabim tinha voltado, deixando o Porão dos gritos pronto para ser usado.
[Durante um bom tempo, todas as pessoas de Pedra da Picadura esqueceriam que a sala tinha sido ocupada por Sinsalabim, pois os gritos que perturbaram a cidade meses atrás não eram nada se comparado aos que passariam a atormentar aquele pobre lugar].
- Bom, pelo menos, agora posso voltar a vender Catuaba. Alegrou-se Borgan.
- E as mulheres da vila voltarão ao normal! Falou Dimin.
- E eu vou poder sentar tranqüilo! Exclamou Seucen Todoy.
- E eu voltarei para Era Ben Sadik!!! Gritou Sinsalabim.
Mas Só-Tem-Pedreira lançaria seu último apelo de crueldade, sua vingança, apesar de estar sempre se vingando.
Rhasp que estava escutando se intrometeu na conversa:
- Senhor, falou dirigindo-se a Sinsalabim, há algo sobre Era Ben Sadik que preciso lhe contar.
- Pois diga logo, ó Bartender! Apressou-se Sinsalabim
- Faz um mês agora, Ben Sadik, voltou à Axilla Ville para procurar Sinsaladim. Segundo rumores, ela foi vista sendo levada à força para a capital, escondida em uma carroça de salames.
- Era?! Ela foi tentar vingar-me de meu tio maléfico e acabou sendo raptada?! Isso...Isso... É tudo minha culpa!
- Na verdade ela foi fazer um conluio com ele para te fazer sofrer mais e mais e mais e mais. Mas o velho é tão mesquinho que acabou a raptando. Rebateu Rhasp.
- Não importa, é minha culpa ela estar sofrendo.
E, sem pensar duas vezes, subiu no balcão e bradou:
- Meus amigos! Terei que partir em uma jornada para salvar minha amada. Aqueles que quiserem me acompanhar serão bem-vindos, mas vou lhes avisando. E parou por um tempo antes de continuar:
- Não prometo nada senão dor e sofrimento, e lamúrias e agonia e pesar e aflição e mais dor e mágoa e amarguras e angústias e feridas e flagelo!
Sinsalabim demorou-se por mais um momento e então completou:
- Mas antes disso... É BACANAL GURIZADA!!! Berrou, já arrancando a sua camisa.
Silêncio Geral.
- Uhuuuuuuu!!! Gritou Bai Tabixóvski antes de ser silenciado com um tapão na nuca.
Silêncio Geral.
- Cara, só tem homem aqui... falou Tomás.
- Hum... É verdade, ruborizou-se Salabim: -...Sem bacanal então... quem sabe uma cervejinha?... Não? Ok. Ok.
Silêncio Geral.


...E Agora José?

THE END ?
ENDE ?
EL FIN ?
LA FIN ?
ALLA FINE ?
КОНЕЦ ?
HET EINDE ?
エンド (?)

FIM ?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A Saga de Sinsalabim (The Movie)

Após o sucesso de bilheteria em Massachussets, aí está o audio do melhor triller de ação desde 'As patricinhas de Beverly Hills'...

"EM BREVE NOS CINEMAS"

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A Saga de Sinsalabim - Capítulo 19: Dos combates com Pout ah Velh’a e da super invocação

"Os antigos invocavam as Musas. Nós invocamo-nos a nós mesmos. Não sei se as Musas apareciam — Seria sem dúvida conforme o invocado e a invocação."
trecho de Fernando Pessoa

"3...",

E logo quando seria finalmente dada a vitória, ao vilanesco Pout ah Velh’a, eis que surge uma esperança na figura besuntada de Bai Tabixóvski, quando este sobe no trono, e cai num rasante Corner-Cut à la Macho Man, na direção do inimigo.
Porém este era vivido nas técnicas da luta livre, e não caiu na arapuca do destemido Bai, e no momento que ia ser acertado, esquivou-se para o lado deixando com que o golpe pegasse em cheio nosso pobre guerreiro Sinsalabim.
- Caralho!!!! - foi o heróico grito de agonia ao ser acertado.
- Desculpa, mas a culpa foi dele que desviou - retorquiu Bai apontando desesperadamente para Pout ah Velh’a. - Mas deixa pra mim, eu vou derrota-lo agora, em nome de todo o M.R.L.L, eu prometo que acaberei cm você Pout ah Velh’a!
- Mas que porra eh essa, você faz parte disto?
- Querem parar com esta palhaçada de siglas, já to cansando. Afinal o que é esta tal M.L sei-la-o-que? - murmurou Sinsalabim.
- É o Movimento Rosa nas Lutas Livres, do qual Pout ah Velh’a é nosso principal rival, e foi este o motivo que me levou a ajudar vocês nesta jornada não é Schupen Pausen?
- Fale por você sua bicha besuntada - manifestou-se, enfim Pausen.
- Sinsalabim, eu só queria que você soubesse que depois desta batalha, eu vou voltar para minha cidade natal e me casar, ok? - confessou Tabixovski, lançando-se num Power Kick Furioso das Bolas Escondidas 69, contra Pout ah Velh’a.
- Que porra eu tenho a ver com isso? - murmurou nosso herói.

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- Meu conselho é que vocês parem de rir feito retardados, por um minuto - aconselhou Tomás Turbando - Nós estamos tendo problemas.
- Caralho!, acho que ele tem razão. Vamos começar a invocação daquele-que-vocês-sabem-de-quem-estou-falando - disse sabiamente Pah Páinno Well.
- Caralho! Vamu mesmo invoca este malandro? - perguntaram os assustados irmãos Well.
- Caralho! Mas como vamos fazer para dete-lo depois? - uma voz saida do nada que suspeitava-se ser de Seucen Todoy.
- Caralho! Depois a gente ve isso, porque agora ele é a única salvação - concordaram Judia Dimin e Roy.
- Caralho! - exclamou Jurbo Çal.
- O que? - perguntaram os outros.
- Nada era só pra não ficar de fora - respondeu Jurbo.
- Meu conselho, caralho, é que vocês parem com esta p$*#%@& toda e invoquem esse f$#@& da p$%@, antes que o exercito f&#@ o c# de vocês todos, ok? Fui claro? - aconselhou sabiamente, Tomás.
- Vamos então dar inicio a cerimonia de invocação - disse solenemente Pah.

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Tum.......Bhammmmmmmm.

Foi mais ou menos o barulho que fez o corpo inerte de Tabixovski ao cair ruidosamente no chão.
- NÃÃÃÃÕOOOOOOOOOOOOOOO - descontrolava-se Schupen - Agora irei vingar a morte de meu companheiro, ahn, não companheiro desta forma que vocês esao pensando...tipo só amizade entre a gente, ok? - Tentou explicar-se para todos que olhavam meio atravessado para ele agora.
-Companheiro...hum...sei.... - murmurava Erca
-Sim, ele era só meu amigo tanto, que depois desta batalha, prometi que voltaria a minha terra natal para me casar com uma menininha que conheci pelo chat do Terra.
- Mais um? - pensou Sinsalabim com seus botões.
- Morra Pout ah Velh’a!!!!!!!!! - gritava Schupen enquanto atacava com seu Master Chupitz -15 Redtube Lolitas Max.

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♫ O necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais. O necessário somente o Onecessário, por isso é que essa vida eu vivo em paz. ♫ - Cantavam alegremente o coro dos chefões em volta de um amontoado de pedras de formato esquisito.
-Seus imbecis!!! - bradou Pah, estão invocando errado, estão tentando chamar quem, o Balu? Além do mais só este amontoado de pedras não é o suficiente precisamos, de água, e fogo além do quinto elemento?
- Ah a Mila Jovovich? - perguntou um.
- Não seu mentecapto, o QUINTO elemento.
- Ah deve ser o anel do Endo? - perguntava outro
- Não meus filhos, o quinto elemento é o coração.
- A que viadagem, garanto que é que nem filme classe B que os caras vem com essa palhaçada. "onde esta a resposta mestre? procure no coração e descobrirá.", estas porcarias assim, não é?
- É óbvio que não, a gente tá tentando invocar o simbolo das forças da Ordem dos Amigos de Malanderson, o próprio Malanderson.
- Oh, Oh, Oh!!!!!!
- Temos todos os materiais? Seucen?
- Tá na mão.
- Ótimo, fico feliz que cumpriu sua obrigação, mas apenas me responda mais uma coisa.
- Sim pode dizer.
- Onde diabos tá sua mão Seucen?

---

Tzummmm Tchabummmmmmmmmm Crashhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

Este foi o som da queda de Schupen, ao ser vilanisticamente derrotado por Pout ah Velh’a. Porém isso havia sido o limite para Sinsalabim, este já não podia mais ser apenas um bibelozinho assustado frente ao que estava acontecendo aos seus companh..., melhor dizendo, amigos. Então puxando la do intimo de suas forças gritou:
- EU FALEI QUE NÓIS DEVIA TE PICADO A MULA!!!!!!! Mas agora que não tem mais jeito vamu pra peleia mesmo Pout ah Velh’a. Isso vai ser pelo pobre do Tabixovski que me disse que ia voltar pra sua cidade e montar uma padaria e pelo Schupen que sempre sonhou em montar uma barraca de fruta em Curumim.
-Quando foi que eles disseram isto? - perguntou Pout ah Velh’a
- Deixa de papo furado e sofra a minha fúria.
E com toda a fúria que emanava do seu corpo mais uma vez ele invocou seu maldito poder. Agora sim Sinsalabim (rimei) iria fazer com que Pout ah Velh’a conhecesse da dor, pois agora, pegando uma mascara que estava no bolso de tras de Tabixovski ele era:
- A BORBOLETA MASCARADA.

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- Água. Foi despejada um pouquinho de aguardente vinda diretamente dos barris de Zéma Lockeiro, aos protestos dos irmãos Well.
- Terra. Foi jogada uma das pedras com formato de abobora de pescoço no chão.
- Ar. Jurbo deu uma esvaziada no estomago ali próximo.
- Fogo. Tomas ficou uns quinze minutos batendo uma pedrinha na outra até conseguir uma labareda.
- Coração. Seucen deu a idéia de pegarem o coração de um porco que estava morto ali próximo, mas desistiu depois dos olhares maquiavélicos de seus companheiros. Foi bem quietinho pegar uma galinha.

-Fogo.Terra.Agua.Ar.Coração.
-Pela união de seus poderes eu sou o PUMBA.
E então surgiu a figura de um porco selvagem muito mais ou menos, e nem um pouco heróico, muito menos assassino do que imaginavam.
-Mas que porra é essa? Cade o Malanderson?
- A o Timão, respondeu o porco, ele não pode vir está com ahn, como é mesmo o nome, hummm, gripe, é é gripe. Então ele me mandou em seu lugar. Satisfeitos?
Os manda chuvas olhavam uns pros outros enquanto Tomás, tentava contornar a situação com seu humor ferino:
- Não podia pelo menos ter vindo o Simba?


E então será que Sinsalabin, ou melhor Borboleta Mascarada será capaz de derrotar o vilão Pout ah Velh’a? Será que Pumba dará conta do recado, no lugar de seu colega Timão? Esta aventura aproxima-se de um desfecho emocianante. Não saiam de casa, pois nunca se sabe se não podem ser atropelados ou coisa pior, então por via das duvidas não corram risco de perder o final.