sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabin Capítulo 10: Sempre rola um flashback

O momento era emblemático. O goblinóide Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, partia em carga total contra o gigante Kóssau Pynthu, que o esperava com um tronco de Prutz na mão. Enquanto isso, Borgan tentava fazer Sinsalabin lembrar de algum segredo que se encontrava mocado no lugar mais distante de sua memória. Mas por quê raios um vendedor de catuabas diria uma coisa dessas? Bem, agora não importa, já que Sinsalabin não se lembrava de nada mesmo...

-Não me lembro de nada!! Urrava Sinsalabin...
-Cuméquié?! Esbravejou Borgan, parando de rir feito um idiota.
-E agora? Se nada fizermos Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, vai se ferrar! Gritava Sinsalabin.
-Fudeu Geral... Resignou-se Borgan.
-Mas espere! Já sei! de repente você me dá uma paulada, para a minha memória voltar! Daí eu fico sabendo desse tal segredo! Falou Sinsalabin, entusiasmado.
-Piooooor... Respondeu Borgan, pegando um pedaço de madeira no chão.
(Nesse momento Kóssau Pynthu estava praticando minigolfe com o pobre Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, usando o tronco de Prutz como taco e o goblin como bola).
Bem, sem cerimônia, Borgan, munido de um porrete improvisado, desceu a lenha bem no meio da barriga de Sinsalabin: POW.
-Não, seu tapado! Gemeu Sinsalabin, logo depois de vomitar todo os naquinhos de porco selvagem que tinham acabado de almoçar. Tu tem que bater na minha cabeça!
- Seja mais especifico pô. Explicou o orc.
Na segunda porrada Borgan não errou, e Sinsalabin caiu redondo no chão.

MOMENTO "FLASHBACK"

Era noite, e Sinsalabin (nessa memória, um pirralho), foi encontrar o avô, em frente da lareira, que estava o chamando.
-Sinsalabin, meu neto, seu avô tem que te contar uma coisa...
-Fala aí, vovô.
-São três segredos... que estão há muito tempo na família...
Sinsalabin ficou quieto, mas não prestando muita atenção.
-Bem, o primeiro é o seguinte: se um dia você estiver com vontade de fazer uma fritura maneira mas não tiver azeite, você pode usar o suor da axila, que o efeito é o mesmo. É garantido...
-Já o segundo diz respeito aos gigantes: se um dia um deles estiver preste a quebrar a sua cara, seja rápido e desafie ele para qualquer espécie de desafio! Gigantes, sempre que desafiados, consideram uma desonra não aceitar. Use com inteligência essa técnica.
-O terceiro segredo é... Daí, neste exato momento, tudo ficou nublado, e aquele momento foi ficando mais distante e, por fim, Sinsalabin (rimou) acordou.

FIM DO MOMENTO "FLASHBACK"

(Agora, Kóssau Pynthu se divertia vendo quantas vezes Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, pulava no lago ao ser atirado em alta velocidade).
Sinsalabin acordou.
- Ha! Agora eu sei a técnica para derrotar Kóssau Pynthu! É só usar inteligentemente o fato de gigantes nunca recusarem desafios! HAHAHAHAHA! Exclamou ele com tom vitorioso.
-Feito! Respondeu Borgan.
Mas inteligência não era a melhor qualidade de nosso herói e, cinco minutos depois, ele não sabia o que fazer. Mas então Borgan teve uma idéia, e não tardou a dizer para Sinsalabin:
-Olha, tive uma idéia, só o que precisamos fazer é chamar a atenção de Kóssau.
-É só atirar um pedregulho nele. Disse Sinsalabin.
Então Sinsalabin atirou uma pedra em Kóssau Pynthu que, agora, praticava embaixadinhas com Erca Tarro, biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina. Mas a pontaria também não é o forte de Sinsalabin, e a pedra acabou acertando no meio do goblin... E isso ocorreu nas cinco tentativas seguintes, até que o pedregulho finalmente acertou o alvo.
-Eu o desafio, Kóssau Pynthu! Disse Borgan.
-Ha! eu aceito! Nunca serei derrotado por um tampinha como você! Respondeu o gigante, deixando Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, cair no chão.
-Eu o desafio a lamber o próprio cotovelo! Esbravejou o orc.
-Fácil demais! Retrucou Kóssau.
É óbvio que não é fácil demais, e finalmente nossos aventureiros escaparam das garras de Kóssau Pynthu, que ficou se contorcendo inutilmente para tentar alcançar o cotovelo com alíngua. Todos saíram vivos, apesar de Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, naturalmente estar com 99% do corpo enfaixado e ter que ser carregado.

Sim! Finalmente! O "ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-PELOS-PODERES-OBSCUROS" estava bem a frente! Agora sim estava na hora do acerto de contas!
Mas tinha algumas questões a serem respondidas: qual era o terceiro segredo do avô de Sinsalabin? O que os esperava no covil de Verca Nhão? E como é que Borgan sabia do segredo?
Bem, a última dúvida ganhou uma pista: Borgan, enquanto carregava Erca Tarro, biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, deixou cair um papel, que Sinsalabim juntou e ia devolver, mas ao ler o que estava escrito, achou prudente ficar com o pedaço de pergaminho.
Na folha estava escrito "Borgan, membro da Ordem dos Amigos de Malanderson".

E agora? Muito suspense para o próximo capítulo...






domingo, 17 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabin Capítulo 9: Da batalha épica que travou Sinsalabim e seus camaradas

"A verdadeira esperança é uma qualidade, uma determinação heróica da alma. E a mais elevada forma de esperança é o desespero superado"
Georges Bermanos

- SOCORRO CACETE
.....

Essas seriam as ultimas palavras de Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina, antes de ser massacrado pelo gigante Kóssau Pynthu, se não fosse a "bravura" de nosso campeão.

Na realidade, se tivessemos um vidente ele diria que as últimas palavras do goblin na realidade seriam:
Antes isso do que a beringela n° 50. Mas ele também diria que Sinsalabim não é tão bravo quanto todos sabemos que ele é. por isso resolvemos silencia-lo.

Estavam nosso heróicos viajantes indo em direção ao caminho sinalizado pelas placas como, "ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-
PELOS-PODERES-OBSCUROS 150 passos à direita"
quando o triste e desiludido Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina alertou seus companheiros do perigo que correriam caso seguisse por aquele caminho. Estavam Sinsalabim e Borgan a olhar a placa quando o goblinóide começou a dançar da forma mais tosca possível. Era uma bizarra mistura de samba de escola, dança do robozinho e as rodas de ciranda. Quando Erca terminou de dançar, engoliu algumas pedras sentou-se e começou a algo que Sinsalabim só pode definir como "ele está fritando".

Enquando Erca "fritava na after", Sinsalabim e Borgan começaram a perceber que algo mudava
na placa, e ela tornava-se assim "250 passos à frente, após cruzar o lago Pútrido para o ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-
PELOS-PODERES-OBSCUROS 150 passos à direita para
a casa de Kóssau Pynthu"
Então logo depois de enfiarem muita água na goela de Erca, os três seguiram seu caminho a frente, rumo ao desconhecido.orém graças a um enjoo do goblin eles ficaram impossiblitados de ver as ultimas palavras da placa que eram as seguinte: "...Kóssau Pynthu, temporáriamente de férias, PESCANDO"

-Acho que devemos tomar um banho - diz Borgan ao chegarem ao lago Pútrido.
-Annnn....não?!?!?!?!? - exclama Erca - se você sabe ler eu aconselho que leia isto. E apontou em direção a uma placa próximo a uma colina, com os dizeres:

"Lago Pútrido - atenção aos banhistas área com piranhas, tubarões e tritões (e não são os de tridente perolado), então a menos que você seja um morto-vivo ou queira tornar-se um NÃO ENTRE"

- A ultima vez que passei por aqui não tinha esta colina - observou Erca
- E porque será que ela esta com um tronco de Prutz* envergado? - comentou Borgan
- E PORQUE DIABOS TEM UM TUBARÃO DE 3M ENROLADO NA LINHA ENROLADA A PRUTZ? E PORQUE TEM UMA LINHA ENROLADA NA PRUTZ?! - sabiamente observou Sinsalabim.
- E principalmente porque será que a colina acaba de mastigar o tubarão, balançar os braços e..... - o resto da frase foi abafada, por um gigantesco som que parecia vir de dentro da própria colina.
Quando nossos heróis conseguiram se recompor não tiveram tempo para nada, pois veio um mal cheiro terrível acompanhado por um rugido.
- REFLETE O ESTOURO, BUWAHAHAHA - Então algo que parecia-se com uma perna da colina se levantou e mais um trovão seguido por um mal cheiro ainda pior. - NADA COMO UM PUMZINHO PRA ALIVIA O ESTROMBO. BUWAHAHAHAH.

Estavam em maus lençóis nossos hérois. Péssimos e fedidos lençóis, daqueles de crianças de 2 anos com crise intestinal. E pra piorar a situação finalmente Kóssau Pynthu parecia ter percebido a presença deles e vinha em sua direção.
- ORA, ORA CE NAUM É O VÉIO ERCA TARRO, O BIRTRE BANDIDINHO Q PÕE MEDO NAS ESTRADA DOS MATO ATÉ O RIO NO ARTO DA COLOMBIA. ENTÃO UCE VORTO PRA NOIS?
De alguma forma, tentando sobreviver pela vida, Erca consegue passar pela náusea causada pelo mal-cheiro e avança com fúria sobre o gigante. Pórem ele esquece de um detalhe muito importante. E não é a diferença de 5 metros e 26 centimetros de altura que tem entre eles. Nem os 247 kilos. Mas sim que Erca não possuia mais sua tão preciosa arma, o lendário Pé-de-mesa. E Kóssau tinha um tronco de Prutz. De PRUTZ*.
E foi ao som de seu heróico brado e retumbante que lançou-se a carga Erca: - SOCORRO CACETE!!!!!!!!

Este grito inspirou nosso campeão Sinsalabim que no alto de toda a sua bravura, iria começar a chorar como uma menininha por perder seu novo amigo, se não fosse um sussuro dado pelo orc Borgan - Lembre-se do segredo, tadããã. E isso faz abrir uma janela (e não é do Windows) na mente de nosso guerreiro. Algo como uma ferida, até então adormecida (rimou).

Lembrando que tudo isso aconteçe em uma fração de segundo, no melhor estilo bullet-time. Borgan rindo incontrolavelmente numa imitação de Coringa. Erca avançando furiosamente contra um enorme tronco de Prutz ao som de seu brado heróico e retumbante. E por fim Sinsalabim gritando como se suas hemorróidas precisassem de cirurgia - EU NÃO ME LEMBRO.

Será Erca capaz de sobreviver ao chocar-se com uma das armas mais cruéis da cruél Só-Tem-Pedreira? Será que Borgan é muito mais do que um fracassado vendedor de catuaba? E que segredo será esse que Sinsalabim não lembrou-se?

Pode ser que demore mas um dia teremos (eu espero) essas respostas....

* Prutz: Arvóre nativa de Só-Tem-Pedreira, que pode variar desde de arvóres frútiferas, para criação de armas ou para apenas embelezar sua narrativa. Mas independente de sua utilização uma Prutz é sempre prutz.

A Saga de Sinsalabin Capítulo 8: Reforços

Qualquer passante que errasse pela floresta, escutaria o vento uivando por sobre as copas dos carvalhos. Veria as silhuetas dos morcegos em contraste com a lua enquanto o estalo do seu bater de asas se confundia com o coaxo dos sapos e o grito dos corvos; o agravante ruído dos grilos cada vez mais estridente mesclava-se com o barulho do riacho, e é claro, um outro som peculiar completava o cenário: um ganido, um gemido de dar pena até naqueles com o coração de gelo e pedra. O grito de dor de Sinsalabim.

Uma retrospectiva dos passados 5 minutos:
.
Borgan e Sinsalabim riam a toa enquanto faziam uma parada para o lanchinho, enchiam a cara e ridicularizavam o velho lobo ainda amarrado à árvore.
Distraídos, nossos bravos protagonistas não perceberam a camiseta do Corinthians que Nuposti vestia. Tão pouco, perceberam o emblema do timão (últimão) tatuado em seu braço, muito menos associaram a cara de marginal que ele tinha com a toquinha que usava. Não, tudo isso passara despercebido aos olhos de nossos campeões, entretanto, parecia que nada importava, pois Ilmijo Nuposti se encontrava amarrado na árvore.
Mas o lobão é da Fiel, e coisas piores acontecem no morro. Longe da visão de nossos embriagados personagens ele consegue, com um pouco de folga em suas amarras, tirar de seu bolso um pequeno carretel de linha e um pedaço de papel. Em seguida faz algumas dobras e floreios; dentro de poucos instantes uma pipa já estaria voando alto, pedindo reforços para quem quer que estivesse de guarda na comunidade.
.
Cinco minutos mais tarde, estava Sinsalabim histericamente gritando de dor com um dardo cravado em suas costas, bem no ponto, aquele, onde não se consegue alcançar. Eis que surge, descendo pelos cipós, do alto da copa de uma árvore, duas figuras gordas, baixinhas e serelepes:
- Nosotros somos los hermanos Soughê y Ghósto! Disseram os recém chegados.
- Ha! Agora cêis tão tudo fudido, mano! Bradou Ilmijo.
- Quêêê? Quem são vocês? Gritou assustado, Borgan.
- Somos Paraguayos e estamos aquí PARA MATAR!
- Para o quê? Pergunta Salabim, sem entender nada.
- Paraguayos! respondem em uníssono Soughê y Ghósto.
- E ahora es momento de abrir el açogue, bamos! Dispara Soughê.
- Chegô a hora da quebrada mano! Aí freguesia, agora ceis vão tudo pro pau! Já vai separando a carteira aí ó playboy! Completou Nuposti ainda amarrado.

Nossos heróis embriagados, não podiam fazer nada senão esperar pelo pior, já estavam pensando que iriam subir o morro com a sacola na cabeça, enquanto viam dois pequeninos castellanos correndo com fúria total para assaltar e levar seus corpos morro acima.

Mas Só-Tem-Pedreira era um lugar cruel, e não somente para com nossos aventureiros. Ele era muito cruel, tão cruel e enfadonho e mesquinho, que praticava crueldades e atrocidades sanguinolentas até mesmo com malfeitores.

Foi então que a redenção chegou a nossos heróis, e, mais uma vez, sobre a figura de um goblinóide ensandecido.
Saltou por sobre os troncos, nosso salvador da pátria e, ainda no ar, com sua capinha tremeluzindo à luz da lua, desembainhou algo que mais parecia um pé de mesa, e bradou:
- AHHH... BANZAI!!!
Ao passo em que gritava, desesperado, o lobo ainda amarrado na árvore:
- É UMA CILADA BINO!!!
Mas já não havia mais tempo, o destino de Soughê y Ghósto já havia sido traçado, traçado de jeito pelo goblin no momento em que o pé de mesa fora desembainhado.
E num golpe certeiro, girando seu porrete, o goblin acerta Ghósto de um modo tão impressionante, que pode-se dizer que acaba de ser inventado o Home Run.
- Hijo de La Chingada! Exclama Soughê, embasbacado ao ver os miolos de seu irmão caçula explodirem como uma bombinha de São João .
Não satisfeito o pequeno enfurecido se vira para (um agora todo molhado) Soughê, que, em um ato de extrema bravura, dá um ré na bicicleta e sai deitando o cabelo. Mas o pé de mesa é um excelente projétil, muito útil em casos de fuga, e após ser arremessado, foi se alojar no interior do crânio do nanico paraguayo.
Então, Sinsalabin reconheceu o goblin (Rimou!): era Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina.
- Olá! Sou Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina. Fui enviado por meu amigo Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza, para ver se vocês estavam bem. Ele pressentia que vocês corriam um grave perigo.
- Jurbo! Ele está bem então?! Perguntou com alegria Salabim. Mas a alegria passou, ao lembrar da alfição que sentia, pois o dardo ainda permanecia na suas costas.
-Sim, disse Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina. Não só está bem, como obteve vingança por todos os seus anos de sodomita, Pout ah kep'a Ryu foi fazer uma magia para abusar dele e o tiro saiu pela culatra. Agora, os poderes do druida passaram para Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza! Neste exato momento ele está se vingando de Pout ah kep'a Ryu e busca o mesmo para com Pout ah Velh’a.
-Então você vai nos ajudar? Perguntou Borgan?
- Sim, pois o “ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE-SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-PELOS-PODERES-OBSCUROS” é uma fortaleza quase intransponível, vocês vão precisar da ajuda de alguém que já esteve lá dentro e conhece as passagens. Disse Erca Tarro.
- Você já esteve lá? Perguntou, perplexo, Sinsalabim.
- Sim, eu era escravo sexual de Pout ah Velh’a assim como Jurbo. E Verca Nhão sempre esteve em conluio com o Shamã.
- Ah bom, então está explicado!
Em seguida, Erca Tarro solta um murmuro, que ninguém compreendeu ao certo, mas parecia algo como: “Até hoje tenho pesadelos com berinjelas!”.

- Bom, a primeira coisa que temos de fazer é encontrar a entrada secreta do covil de Verca Nhão! Continuou Erca.
- Como assim? Ilmijo Nuposti nos disse que era só passar a colina! Disse Borgan.
-Não!!! Por Deuses, vocês quase foram engambelados! Lá há um gigante que guarda a entrada do desfiladeiro, o grande Kóssau Pynthu, e ele é mau!
- Cão dos infernos, matar-te-ei ‘FILHO DA PUTA!’ Disse Salabim voltando-se para Nuposti.

Mas as habilidades evasivas de Ilmijo estavam apuradas de tanto fugir da milícia. Agora, as cordas que prendiam o lobo estavam caídas no chão e a figura do lobo sumia na penumbra, enquanto, ao longe, gritava: - Perdeu! Perdeu! Perdeu!
- Não temam, exclamou Erca, olhem... correu até Soughe para retirar o pé de mesa da sua cabeça e arremessar contra o lobo em fuga, mas a bandidagem corria nas veias de Ilmijo Nuposti, que acabou roubando a arma tão valorizada por nosso pequeno verdejante amiguinho.
- NÃÃÃÃÃO!!!! Urrou Erca Tarro.

...

E agora o que será de nossos aventureiros?

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabin Capítulo 7: O caldo começa a engrossar

Já era noite, lua cheia, e aqueles que se encontravam no Barril de Ouro começaram a fazer seus planos, pois o tempo urgia, já que as maquinações de Verca Nhão e Pout ah Velh'a precisavam ter um fim.
-Só vejo uma solução! Bradou Zéma. Sinsalabin, você deve pegar a sua carcaça e invadir o covil de Verca Nhão, pará-la a qualquer custo, conseguir informações de Pout ah Velh'a, pegar um lote de ungüentinho para mim e tocar fogo em tudo!!
-Só isso?
-Só!
-Mas eu preferia satisfazer as mulheres da vila...
-Bem, isso depende se você está disposto a ser pai umas vinte vezes, e depois ter que lidar com todos os maridos de Pedra da Picadura...
-Pra que lado fica esse covil mesmo?
-Na real não é um simples covil! Exclamou Zéma. É um "ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-
PELOS-PODERES-OBSCUROS"!!!!!
-Bem, já que não tenho outra opção...
-Mas calma lá. Interveio Zéma. Essa missão é muito perigosa, por isso você vai ter companhia. Tá vendo aquele orc ali no canto? Ele vendia catuaba, e foi à falência com a chegada do ungüentinho. O sujeito agora está sedento de vingança. O nome dele é... Zéma então respirou fundo, como se estivesse prestes a fazer uma grande revelação. Borgan.
(!!!!!!!!!!!!!!!)
Depois de se conhecerem e tudo o mais, Sinsalabin e Borgan se equiparam e escaparam da vila através de um túnel secreto que havia no Barril e que levava até a floresta, cuja função inicial era ajudar na fuga de Zéma quando aparecessem credores ou clientes descontentes.
Depois de caminharem um pouco, Borgan perguntou:
-É sério que você é discípulo de Hera Ben Sadik?
-Isso mesmo. Respondeu Sinsalabin.
-Bem, e você está preparado para as coisas que podem vir a acontecer?
-Como assim?
-Bem, como tu deve saber, a Hera te comprou.
-E daí?
-Daí que ela não te comprou porque encheu-se de um espírito solidário e quis te ajudar...Bem, o que eu quero dizer é que uma hora ela vai querer recuperar o investimento.

Sinsalabin então ficou pensativo. Será que Hera só o estava manipulando? Será que ele seria usado em algum plano sórdido e obscuro de sua mestra?
Então Borgan interrompeu seus pensamentos:
-Enfim, como a gente acha o buraco dessa velha desgraçada? Quero acabar com a festinha dela logo, senão minhas catuabas vão acabar virando vinagre.
-Bem. Ponderou Sinsalabin, voltando a si. Vamos analisar o nome do muquifo dela: "ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-
PELOS-PODERES-OBSCUROS".
-Olhando assim, posso deduzir que lá deve ser escuro. Refletiu Borgan.
-Exato, e deve aparecer só durante a lua cheia! Pensou Sinsalabin.
-Deve ter poderes obscuros lá também... Disse Borgan, queimando seus últimos neurônios.
-E deve ser um abismo ainda. Argumentou Sinsalabin, num momento de genialidade.
-Putz! A gente é muito foda nesse negócio de investigação. Concluiu Borgan.
-Com certez...
De repente, um uivo aterrorizante invadiu os tímpanos de nossos dois aventureiros, e então, na outra extremidade da clareira que se encontravam, um enorme lobisomem surgiu, espumando espuma e salivando saliva. Quando os dois heróis já estavam com as calças molhadas, a criatura começou a falar:
-Meu nome é Ilmijo Nuposti, lobisomem assecla de Verca Nhão, e vim para trucidar vocês! BWAHAHAHAHA! E sem mais cerimônia começou a correr na direção de Sinsalabin e Borgan.
Então, de repente, quando tudo parecia perdido, Borgan exclamou:
-Já sei! Uma vez me disseram qual o ponto fraco dos lobisomens! Você tem um prato aí?
-Tenho, mas que eu me lembro os lobisomens têm aversão à patas (no caso a fêmea do pato). Disse Sinsalabin, borrando as calças.
-Tenho certeza que prato é o certo! (Agora, Ilmijo estava a apenas a alguns metros). Me passa o raio desse prato aí!!!
Sem outra opção (pois ele não carregava nenhuma pata consigo) Sinsalabin entregou rapidamente seu prato para Borgan, que num movimento muito radical de freesbie, atirou o objeto no lupino.
E foi para surpresa geral que Nuposti caiu atordoado quando a peça atingiu seu braço esquerdo!! (Nem é preciso dizer qual era o material do tal prato).
-Eu te disse!!Hahaha! Exlamou Borgan. Vamos lá estripar o vira-lata!
-Espere! Gritou Sinsalabin, contendo seu companheiro. Precisamos dele para saber onde fica o cafofo de Verca Nhão e, depois, me lembrei que preciso continuar meu treinamento,e ele é o alvo perfeito para isso.
Depois de amarrar Ilmijo e esperar que ele voltasse a si, começaram a interrogá-lo, mas sem sucesso. Então, Sinsalabin decidiu tentar aplicar na criatura a técnica de "Fazer o outro sofrer o sofrimento eterno". O problema é que não tinha a mínima idéia de como fazer isso. Mas, então, uma idéia surgiu em sua mente. Com isso, falou:
-Você não vai mesmo nos dizer onde fica o antro de Verca?
-Isso Mesmo! Esclamou com rispidez Nuposti.
-Bem, então se vai ser na base da crocodilagem, tudo bem para mim! Deixa eu te contar uma história...

*cinco minutos depois*

-...E daí o caçador salvou chapéuzinho vermelho e sua avó.
-Nããããão!!Não é justo! Choramingava Ilmijo. Porque o lobo sempre se ferra?! Nãããão!! E o lobisomen intercalava seus "nãos" com os mais diversos uivados, ganidos, balidos e urros que se pode ter idéia.
-Bem, então se você não contar onde é o covil eu vou começar a contar os "Três Porquinhos"!
-Por favor! Pare! Eu conto! Fica logo depois daquele monte, no primeiro abismo que vocês encontrarem.
-Seja mais claro! Interveio Borgan.
-Mas é só ir até ali e...
-HAVIA TRÊS PORQUINHOS. UM CONSTRUIU UMA CASA DE PALHA...
-TÁ BOM, TÁ BOM! Respondeu o assustado Ilmijo. Er...Deixa ver...Sobre o manto da noite, encontre o penhasco da escuridão, protegido pela colina rochosa, e lá encontrará a morada de Verca Nhão.
-Assim está melhor...

E agora? Será que nossos heróis decifrarão o ardiloso enigma de Ilmijo Nuposti? Será que conseguirão derrotar Verca Nhão? Será que conseguirão salvar Pedra da Picadura? Espere e verá!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabin Capítulo 6: Do plano maléfico de Pout ah Velh’a, em conluio com Verca Nhão e ainda do treinamento de Sinsalabim

"A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradáveis"
François La Rochefoucauld

Então estava nosso herói a beira de uma crise histérica, quando
Pout Ah Kep'a Ryu recolheu o triste e assustado Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza, e disse:
- Desta vez vcê não tem como fugir. Vamos fazer nossa viagem até a terra dos lhamas pardos, e de lá iremos a fazenda de meu amigo Jugide Pravado que devido a uma peste mudou sua plantação de mandiocas, para uma fodonástica fazenda de ABACAXIS.
Nesta hora Sinsalabim sentiu um arrepio tão cruél que o assombraria durante longos e longos anos.
E então se retirou calmamente cantando um cantiga que da qual Sinsalabim só distinguiu as palavras - prazer, Jurbo, sofrer, abacaxis, muitos e muitos, abacaxis. Após cerca de meia hora, que foi o tempo que nosso famigerado herói levou para se recompor Verca Nhão já havia sumido à muito da cena.

Foi de cabeça baixa e com o moral menor que o cérebro do goblin que Sinsalbim retornou a vila da Pedra da Picadura. Ao chegar lá a cena era terrível, corpos de homens espalhados pelo chão cheios de hematomas e arranhões, mulheres "agarrando-se" umas as outras, e os poucos homens que não estavam nocauteados escondiam-se nos becos tristes e envergonhados. Era uma tragi-orgia que deixaria Sodome e Gomorra parencendo peça de teatro infantil.
No meio desta confusão Sinsalabim sorrateiramente, conseguiu chegar ao Barril de Ouro e ao dar com a porta trancada, mandou a discrição para os diabos e começou a espancar frenéticamente a porta.
- Quem é? - pergunta assustado uma voz que Sinsalbim reconhece como de Zéma.
- Sou eu Sinsalabim.
- Ah sim, mas me diga tem alguma mulher próximo a você?
- Não, afora as 15 que vem correndo semi-nuas, molhadinhas em minha direção. (som de saliva escorrendo)
- Meus santos, cuidado.
Então rapidamente Zéma abriu a porta e puxou um, "já nem tão convicto assim em entrar" Sinsalabim.
- Mas me diga Zéma o que aconteceu, pra o caos invadir esta vila?
- É uma triste história meu rapaz, um plano maléfico de Pout ah Velh’a, em conluio com Verca Nhão, aquelas megeras malditas.
- Mas como elas fizeram isso?
- Começou quando Verca Nhão iniciou sua venda de ungüentinhos.
- Mas o que faziam estes tais ungüentinhos?
- Bem, você sabe quando a idade vem chegando, fica mais difil pra fazer certas coisas....
- Tipo?
- Bem, tipo, você entende,....molhar o biscoito, agasalhar o croquete, camuflar a cenoura, estas coisa você entende né?
- Tá comecei a pegar o espírito da coisa.
- Bem o problema é que o ungüentinho era tão bom que todos os homens, mesmo os mais jovens começaram a usa-lo.
- Até os jovens?
- Porque raios você pergunta o que eu vou contar?! Sim até os jovens porque das dez da manhã até as seis da noite sem parar ao meio dia é um sonho até para os garotinhos.
- Um sonho pros garotinhos?
- Cale a boca!!!!! Continuando a história, depois que todos os homens estavam por assim dizer viciados por assim dizer, o produto começou a mostrar suas contra-indicações. Quando ficamos por alguns dias sem o ungüentinho não funcionamos mais. Nada. Tentamos de tudo. Nem a posição secreta do Carrinho-de-mão Invertido resolveu.
- Descobrimos este plano tarde demais, depois de algum tempo sem, hamhamham ham ham, a população enlouqueceu, as mulheres perderam completamente o júizo. Os poucos homens saudaveis que sobraram, bem você viu o que sobrou deles. Não sobrou um bode virgem na região. Até as plantações de mandioca foram depenadas. A vila entrou em colapso.

Então num lampejo de sabedoria nosso vingador lança esta pérola.
- Então o ungüentinho foi um plano maléfico de Pout ah Velh’a, para acabra com a auto-estima do povo da vila da Pedra da Picadura.
- Mas e agora Zéma o que iremos fazer? Será que cabe a mim satisfazer as donzelas indefesas da região?
- Só a uma donzela a quem você deve satisfazer agora e tomara que o consiga pelo seu próprio bem.
- Quem é ela? Será a donzela Gran' Amo Bydick, com seus mais de 150 kg? Você fala porque caso eu não a satisfaça rapidamente ela pode destruir meu corpo com seu peso assustador?
- Ahh......... NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Seu pedaço de estrume, eu falo de Hera Ben Sadik, que estava a sua procura e o espera no "O Porão dos Gritos", agora vá antes que eu enlouqueça com sua burrice.

Ao chegar lá Sinsalabim, encontrou Hera , sentada lendo um romance chamado, "Como dói meu amor", e na capa desenho de uns instrumentos no mínimo suspeitos.
- Entre meu discipulo, conte o que aconteceu enquanto esteve fora. Após ouvir seu relato com certa indiferença, Hera mostrou muito interesse nas partes relativas, a dor sentida durante o relato do goblin - no qual ela sorriu e suspirou algo com "interessante" - e durante a parte sobre a orgia com os babúinos - na qual ela jogou o livro no chão e bradou "como não pensei nisso antes".
Depois de se recompor Hera olhou atentamente para Sinsalabim e o mandou que trouxesse um chicote que estava pendurado na parede.
- Concentre-se neste chicote.
Sinsalbim após concentrar no chicote, começa a sentir estranhas sensações, que logo se resumem a um emaranhado de dor e sofrimento com vários vergões nas costas.
- Hahahah - ri Hera - até que você não é tão ruim, as muitas horas de chicotadas, tapas, cera de vela nos mamilos, serviram de alguma coisa Sinsalabim. Você dominou a primeira parte da técnica das correntes Ben Sadik. Chama-se "Sofrer o sofrimento eterno". Agora você deve dominar a segunda parte "Fazer o outro sofrer o sofrimento eterno". Você acha que está pronto Sinsalabim?


Estará Sinsalbim pronto para aprender a nova técnica? Conseguirá deter os planos maléficos de Pout ah Velh’a? E mais importante, ficará forte o suficiente para ir ao covil de Verca Nhão o famigerado "ABISMO-CRUÉL-DA-ESCURIDÃO-PROFUNDA-QUE SÓ-APARECE-DURANTE-A-LUA-CHEIA-DOMINADO-
PELOS-PODERES-OBSCUROS"? (eu sei eu sei, não tive tempo de postar esta parte)

Espere e lerá.....



A Saga de Sinsalabin Capítulo 5: Revelações

"Paga-se mal a um mestre, quando se continua sempre a ser o aluno."
Friederich Nietzsche.


E foi com a velha e já conhecida sensação de ter as bolas inchadas, que Sinsalabim encontrava-se estirado no chão da pequena cabana de Verca Nhão. Contorcido em dor e desespero, viu tudo escurecer enquanto Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza, se aproximava do que, dalí a alguns instantes, seria seu cadáver...

...Encontrava-se, então, em um local de paz e conforto com sua mentora Ben Sadik envolta em colares de jasmim, ambos deitados em um lindo campo de lírios brancos e copos-de-leite, vendo as garças darem rasantes por sobre um pequeno lago de água azul e carpas coloridas. O vento balançava, em suave compasso as folhas das cerejeiras, que se moviam como nautas a atravessarem uma extensa e interminável laguna. E as flores dos sarçais partidos eram as únicas testemunhas da paixão dos amantes nessa terra de belezas imensuráveis.
Salabin se sentiu atônito com a feição e rosto angelical de sua amada, olhos capazes de enxergar as profundezas da alma. Foi assim que acompanhou sua musa descrever um arco, enquanto ela se levantava coberta em sangue (seu sangue), com um abacaxi em uma mão e uma tesoura de circuncisão na outra.
Sinsalabin sentiu toda a dor de sua vida – cada ferida, arranhão e doença – condensadas em um único instante.


Então, nosso campeão retomou sua consiência... e viu o goblinóide ensandecido correndo em sua direção com uma faquinha de passar manteiga apontada para seu rosto. Por um momento teve certeza de que dominara a técnica Ben Sadik.
Não. Vão e fútil fora ele. Estava longe de dominar alguma coisa, pelo contrário. Durante os próximos e intermináveis dias de sua vida ele seria dominado de todos os jeitos e formas possíveis, experimentaria toda e cada forma de dor, gritaria como uma donzela, gemeria como uma menininha e imploraria pelo perdão de seu algoz.
Não, ele não dominara a técnica Ben Sadika. A Técnica Ben Sadik havia dominado ele. Para onde quer que ele vaguasse, lamúria e aflição tomariam posse de seu corpo. Ele estava a mercê da dor e do sofrimento. Enfim, havia-se tornado um verdadeiro herói, o portador , o ARAUTO de sua aflição e lamúria.
E foi na fração de segundo em que o goblinóide levou para chegar até ele, que um plano foi arquitetado...esperou a aproximação perfeita para desferir uma rasteira no pobre e enfurecido goblin, só para perceber que este, com a agilidade de uma marmota, havia se esquivado, e a faquinha de passar manteiga, agora, encontrava-se a poucos centímetros de sua garganta.
Mas então a piedade atomou-se do nanico goblinóide verdejante e ele parou no momento H, no ponto G da situação, e, largando a faquinha, começou a chorar.
Chorou e contou tudo, desde como seus pais haviam morrido no ataque das doninhas furiosas que acabou por deixá-lo órfão, até o dia em que foi acolhido por um piedoso avelhentado. Mas Só-Tem-Pedreira havia sido cruel com ele também, pois o seu benfeitor se mostrou um velho mau, e contou com detalhes (Sinsalabin estranhamente conseguiu sentir a dor de Jurbo Çal) o modo como foi violentado por seu senhor durante anos e anos e anos e anos (muitos anos). E em sua agonia, deixou escapar algo incompreensível, um pequeno muxoxo, um gemido curto, que mais parecia um: “nunca mais quero ver um pedaço de mandioca na minha vida!”.
Com um quê de compaixão, Sin perguntou a Jurbo quem era o velho que o havia maltratado, e este falou com lágrimas nos olhos:
- Seu nome é impossível de se pronunciar de maneira correta por mortais.
- Fale, ó companheiro goblinóide! Não temas!
- Ele poderá me castigar! disse nosso enrugado amigüinho
- E fará o que? Enfiará mais leguminosos no seu fubãozinho? Relaxe homem!
Os argumentos de Salabin foram tão fortes que o pobre goblin foi induzido a revelar o nome:
-ele é...
-sim, disse salabim (rimou!)
-é...
-...
-Pout ah Velh’a! E tremeu... tremeu em convulsões por medo de pronunciar o nome.
- Não se preocupe! Não tema o nome, ninguém poderá escutá-lo! Disse nosso intrépido herói.
Mas Só-Tem-Pedreira, como já havia mostrado muitas vezes, realmente era um lugar mesquinho, e nosso goblin só conseguiu apontar o dedo para a porta, antes de ter a faquinha de passar manteiga telecinéticamente atravessada em sua cabeça.
Agora quem tremia era Salabin, e pela primeira vez, não era de medo, era raiva. Raiva pois sentiu ‘algo profundo’ pelo amigo goblin e suas mandiocas, mas agora era tudo em vão, ele jazia morto no chão! (rimou!)
Se virou com fúria infernal e a raiva acometida passou tão logo quanto chegou, pois que se deparou com o maior goblin que ele já havia visto na vida, um monstro, um meio-yeti-goblin: um goblinóide de aproximadamente 1 metro de altura!
Gaguejando, nosso heroi falou:
- Er, ham, er... então é o senhor, Puta Velha, NÃO, DESCULPA! Quero dizer Pout ah Velh’a!
- CALADO SEU CUZÃO! NÃO SOU A BOSTA DO POUT AH VELH'A, SOU O CARALHO DO SEU IRMÃO GÊMEO: O DRUIDA POUT AH KEP'A RYU! E EU VIM AQUI LEVAR ESSE CACETE DEVOLTA PRO MEU IRMÃO, SOMENTE ASSIM ELE ME RECONHECERÁ COMO UM GRANDE DRUIDA!
- Vo-vo-vo-cê matou Jur-bobo-çal!
- QUÊ? SEU MENTECAPTO, ACEFALADO E IGNORANTE! ELE ERA MEU ESCRAVO SEXUAL TAMBÉM, ELE PULOU A PARTE DA ORGIA COM OS BABUÍNOS PORQUE ERA MUITO VERGONHOSO. PARA QUE EU IRIA MATÁ-LO, SE POSSO VÊLO SOFRER MAIS UM POUCO, PORRA?!

E então...como que um milagre, com a faquinha atravesada em sua cabeça, Jurbo começa a se levantar.

- VIU CACETE? O CÉREBRO DELE É MENOR QUE A PORRA DE UM AMENDOIM. MESMO QUE EU MIRASSE NAQUELE CARALHO, NÃO ACERTARIA MERDA NENHUMA. A FACA NÃO PEGOU EM NADA, TRESPASSOU SOMENTE A PORRA DO AR!

...

E foi com a porra do goblin cortado pelo caralho da faca, que Salabin estremeçeu mediante ao gigante Druida...

...

Enquanto isso não muito longe dalí, a uns 3 metros de distância, Verca Nhão, tramava alguma coisa afastada dos olhos de nossos protagonistas.

O que será que acontecerá? Sinsalabin, provou que meses de treinamento só serviram para acovardá-lo mais ainda. Pout ah kep'a Ryu descobriu que o caralho do goblin o estava encomodando. ficou claro que Só-Tem-Pedreira realmente era um lugar maquiavélivo. E Verca Nhão estava arquitetando planos.

Agora só nos resta esperar pelo fluir da porra da trama...
Vai lá Sinsalabin!!!!!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabin Capítulo 4: O Primeiro Grande Teste

Pontos Fracos. Super Homem tem a kriptonita, Aquiles o seu calcanhar, a Estrela da Morte um reator central que explode tudo se atirarem qualquer coisa nela... Mas e Sinsalabin, tem algum?

Já fazia um tempo que Sinsalabin estava treinando com Hera Ben Sadik, e até que estava avançando. Mas, entre um treinamento e outro, Sinsalabin tinha que fazer uns serviços para o proprietário do Barril de Ouro, o seu Zéma. E, num dia qualquer, chovendo muito forte, Zéma ordenou que Sinsalabin pegasse o jegue de estimação do estabelecimento, Vuko Vuko e fosse pegar um engradado na casa de Verca Nhão, uma velha alquimista que preparava um ungüentinho muito requisitado no Barril.

E lá foram Sinsalabin e Vuko Vuko, encharcados, pegar a encomenda tão preciosa. Depois de um tempo, encontraram, no meio da floresta, a cabana da alquimista. Vuko Vuko ficou no lado de fora, e Sinsalabin não demorou para entrar na casa de madeira. E, quando entrou, espantou-se ao ver Verca sendo ameaçada por um goblin armado com uma adaga que, ao ver Sinsalabin entrar, rapidamente tomou a velha como refém.
Sinsalabin reconheceu o goblin: era Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza.
-Então você é Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza? Perguntou Sinsalabin.
-Exatamente, eu sou Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza. Confimou o nanico goblinóide.
-Mas eu pensei que você fosse Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina. Retrucou a velha Verca.
-Pensou errado, pois Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto colina é um amigo meu. Eu, como disse antes, sou Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza mesmo...Respondeu Jurbo. Mas chega disso! Você aí! (Jurbo apontou a adaga para Sinsalabin). Já que agora você atrapalhou o meu assalto eu quero que vá até a cidade e diga que eu quero um resgate pela velha aqui!
-HA!!Exclamou Sinsalabin. Você acha que me intimidarei pelas suas ameaças? Eu treinei a técnica das correntes Ben Sadik! Posso derrotá-lo num piscar de olhos!
-É mesmo?? Que medo...
-Sim! Trema, gatuno desgraçado!
-E onde estão as suas terríveis correntes, ó grande campeão?HAHAHAHAHA!!
Só agora Sinsalabin se deu conta que estava desarmado, mas nem se estivesse adiantaria alguma coisa, pois até agora só apanhara das tais correntes...

Triste e derrotado, sendo alvo de chacotas do goblin e de suspiros estilo "que taipa" de Verca, Sinsalabin se dirigiu à porta, preparando-se para voltar à cidade. Mas então, algo aconteceu, ele não sabia dizer o que, mas Sinsalabin, afinal, decidiu agir. Cansou de só apanhar. Mas o que fazer?
Bem, Sinsalabin poderia ter pego o machado escorado ao lado da porta, mas não o fez. Poderia ter pegado o facão em cima do balcão ali perto, mas não o fez. Poderia ter pegado o frasco de ácido que estava num pequeno armário na parede, mas não o fez. Ao invés disso, ele fez algo surpreendente, que nem ele mesmo entendeu direito.
Pegou a mesa que se encontrava ao seu lado, deu um pontapé certeiro nela, arrancando um de seus pés. Munido com o pé de mesa, agiu rápido e, num movimento brusco, atirou o toco de madeira em Jurbo Çal, que estava com o corpo quase todo coberto atrás da alquimista. Mas Sinsalabin errou o alvo! O pé de mesa passou ao lado da cabeça de Jurbo.
Mas, meus amigos, era um pé de mesa. E incrivelmente o pedaço de madeira ricocheteou na parede e nos móveis da casa umas cinco vezes até acertar a mão de Jurbo que carregava a adaga.

Sensacional! Em um movimento incrível, Sinsalabin derrotara o seu primeiro inimigo! Bem, pelo menos era o que parecia pois, então...
ACONTECEU!

Mais por raiva do que querendo machucar, Jurbo pegou um frasco de vidro que estava no chão e atirou, sem força, em Sinsalabin. O vidro acabou acertando as partes baixas do audaz guerreiro, mas não foi uma dor normal que nosso herói sentiu. Uma dor desproporcional, descomunal, atroz, atingiu Sinsalabin, enquanto flashbacks dos campos de trigo roçando em suas castanhas surgiam repetidamente em sua mente.

A dor não parava e nem diminuia a intensidade. Sinsalabin urrava de forma bizarra, um grunhido que ecoava floresta adentro. E, por fim, tombou. Não conseguia pensar direito. Agora, a cena de dois ovos numa frigideira invadiam sua mente e, ainda por cima, ouvia a gargalhada de Jurgo, que pegava a adaga no chão e caminhava em sua direção.

E agora Sinsalabin?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabim - Capítulo 3: Da Primeira Grande Habilidade

"A dor enobrece as pessoas mais vulgares, porque ela tem a sua grandeza, e, para receber o seu brilho, basta ser verdadeira Fonte."
César Birotteau


Passaram se alguns dias e Sinsalabim ainda imaginava qual o significado das palavras se seu novo proprietário, mestre, senhor Zéma. Durante este tempo, nosso herói (?!?!) ajudou no "bar" em tudo que foi possível, desde lavando louça até trabalhos mais pesados, como lavar os lençóis.

Porém Sinsalabim estava feliz, tinha o que comer e onde dormir, mas a sombra da vingança ainda sussurava em seu ouvido durante a noite, e ela dizia coisas como: "Vai amor", "Estou quase lá" e um sem número de outros gemido e gritos.

Quando um mês havia passado nosso herói, que agora já tinha um aspecto mais humano, estava um pouco mais musculoso graças a sua procissão narrada no capítulo anterior, e também o inchaço das bolas tinha diminuido consideravelmente. Então foi chamado a sala privativa de seu senhor Zéma, a Sala Craia.
-Simsalabim, meu homem. Chegou a hora de seu treinamento começar.
-Ótimo então quem será meu instrutor. Será o senhor grande mestre Zéma?
-Não pois tenho uma infinidade de coisas mais importantes para fazer, então depois de muitas negociações consegui convencer o maior guerreiro desta região a comprar..., hãã, treinar você.
-Sério o maior guerreiro?!?!
-Sim.
-Sério mesmo, o maior guerreiro!??!
-SIM.
-O MAIOR MESM..?!?
-CHEGA.
-Ótimo quando posso começar meu treinamento?
-Esteja na sala privativa "O Porão dos Gritos" depois das dez. E na sua voz de ator porno, completou. - E não me decepcione, Sinsalabim.

Exatas dez horas, estava Sinsalabim na sala privativa "O Porão dos Gritos", que era a sala mais reservada do prestigiado prostíbulo. Ao entrar ele logo percebeu o porque deste nome. Porque apesar de ficar na torre mais isolada a sala era incrivelmente decorada para parecer-se com um porão. E o que ele viu na sala o fez gritar de forma mais "afeminada", que se Sinsalbim não fosse o herói desta magnífica história era até possível duvidar de sua masculinidade.

Vestida apenas por algumas correntes em volta de seu corpo estava a mulher mais bonita que se podia imaginar. Não mais bonita até mesmo que esta que você imaginou. Na realidade você não pode nem imaginar sua beleza.
Então lá estava ela, a mulher mais bela que não se pode imaginar, enrrolada em algumas correntes olhando com um sorriso tão enigmatico, que faria o da Mona Lisa parecer uma gargalhada insossa.
-Então é você o meu discípulo?
-Heheheh, bem, não, eu sou o díscipulo do maior guerreiro da região.
-Mas então você é o meu díscipulo.
-Hehehe, por favor, não insista, hehe. Sou díscipulo do maior guerreiro.
-MAS ENTÃO QUER DIZER QUE VOCÊ É O MEU MALDITO DÍSCIPULO?!??!
-Por favor não implore, hehehe. Depois do meu treino a gente pode conversar melhor, hehe...
Antes que pudesse terminar de rir, mais rápido do que qualquer stripper que cai no meio da multidão, Sinsalabim teve suas roupas arrancadas por golpes da corrente.
-Mas assim? Sem nem conversar antes?
-SUA BESTA RIDICULA, VOCÊ AO MENOS SABE O NOME DO MAIOR GUERREIRO DA REGIÃO?
-Ahhn... não?
-HERA BEN SADIK, este é o nome dela.
-Ahhh é uma mulher. Será que ela é gostosa?
-O QUE?!?!
-Putz, pensei em voz alta. Isso acontece as vezes. Mas parece que ela está atrasada, diga-me será que não dá pra nós darmos uma rapidinha antes dela chegar?
Depois de contar a 512 e respirar fundo, Hera respondeu.
-Ah dá sim, muitas e muitas rapidinhas. Não se preocupe o prazer vai ser todo meu. HAHAHAHA.
-Heheheh. Hehe. He. Porque está pegando estas coisas? Não precisamos disto meu amor. MEU AMOR?!?!?!? AHHHHHHHHHHHHHHHH.

Desde o tempo em que Sinsalabin treinou com Hera, a sala tem sido pouco utilizada por conta de boatos que dizem ela estar almaldiçoada pelo espírito da dor e do sofrimento devido aos gritos constantes que foram ouvidos durantes dois meses, e agora a sala tem novo nome "O Porão dos Gritos de Sinsalabim".

...será que nosso destemido herói conseguirá dominar a técnica das corrente Ben Sadik? ou será que pelo menos sobreviverá a elas? ou será ele tão heróico a ponto de dominar sua dominadora?

Aguarde...