quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A Saga de Sinsalabin Capítulo 4: O Primeiro Grande Teste

Pontos Fracos. Super Homem tem a kriptonita, Aquiles o seu calcanhar, a Estrela da Morte um reator central que explode tudo se atirarem qualquer coisa nela... Mas e Sinsalabin, tem algum?

Já fazia um tempo que Sinsalabin estava treinando com Hera Ben Sadik, e até que estava avançando. Mas, entre um treinamento e outro, Sinsalabin tinha que fazer uns serviços para o proprietário do Barril de Ouro, o seu Zéma. E, num dia qualquer, chovendo muito forte, Zéma ordenou que Sinsalabin pegasse o jegue de estimação do estabelecimento, Vuko Vuko e fosse pegar um engradado na casa de Verca Nhão, uma velha alquimista que preparava um ungüentinho muito requisitado no Barril.

E lá foram Sinsalabin e Vuko Vuko, encharcados, pegar a encomenda tão preciosa. Depois de um tempo, encontraram, no meio da floresta, a cabana da alquimista. Vuko Vuko ficou no lado de fora, e Sinsalabin não demorou para entrar na casa de madeira. E, quando entrou, espantou-se ao ver Verca sendo ameaçada por um goblin armado com uma adaga que, ao ver Sinsalabin entrar, rapidamente tomou a velha como refém.
Sinsalabin reconheceu o goblin: era Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza.
-Então você é Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza? Perguntou Sinsalabin.
-Exatamente, eu sou Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza. Confimou o nanico goblinóide.
-Mas eu pensei que você fosse Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto da colina. Retrucou a velha Verca.
-Pensou errado, pois Erca Tarro, o biltre assaltante que aterroriza as estradas da floresta até o riacho lá no alto colina é um amigo meu. Eu, como disse antes, sou Jurbo Çal, famigerado tranbiqueiro, cujos cartazes de procurado ocupavam as paredes de todas as tavernas da redondeza mesmo...Respondeu Jurbo. Mas chega disso! Você aí! (Jurbo apontou a adaga para Sinsalabin). Já que agora você atrapalhou o meu assalto eu quero que vá até a cidade e diga que eu quero um resgate pela velha aqui!
-HA!!Exclamou Sinsalabin. Você acha que me intimidarei pelas suas ameaças? Eu treinei a técnica das correntes Ben Sadik! Posso derrotá-lo num piscar de olhos!
-É mesmo?? Que medo...
-Sim! Trema, gatuno desgraçado!
-E onde estão as suas terríveis correntes, ó grande campeão?HAHAHAHAHA!!
Só agora Sinsalabin se deu conta que estava desarmado, mas nem se estivesse adiantaria alguma coisa, pois até agora só apanhara das tais correntes...

Triste e derrotado, sendo alvo de chacotas do goblin e de suspiros estilo "que taipa" de Verca, Sinsalabin se dirigiu à porta, preparando-se para voltar à cidade. Mas então, algo aconteceu, ele não sabia dizer o que, mas Sinsalabin, afinal, decidiu agir. Cansou de só apanhar. Mas o que fazer?
Bem, Sinsalabin poderia ter pego o machado escorado ao lado da porta, mas não o fez. Poderia ter pegado o facão em cima do balcão ali perto, mas não o fez. Poderia ter pegado o frasco de ácido que estava num pequeno armário na parede, mas não o fez. Ao invés disso, ele fez algo surpreendente, que nem ele mesmo entendeu direito.
Pegou a mesa que se encontrava ao seu lado, deu um pontapé certeiro nela, arrancando um de seus pés. Munido com o pé de mesa, agiu rápido e, num movimento brusco, atirou o toco de madeira em Jurbo Çal, que estava com o corpo quase todo coberto atrás da alquimista. Mas Sinsalabin errou o alvo! O pé de mesa passou ao lado da cabeça de Jurbo.
Mas, meus amigos, era um pé de mesa. E incrivelmente o pedaço de madeira ricocheteou na parede e nos móveis da casa umas cinco vezes até acertar a mão de Jurbo que carregava a adaga.

Sensacional! Em um movimento incrível, Sinsalabin derrotara o seu primeiro inimigo! Bem, pelo menos era o que parecia pois, então...
ACONTECEU!

Mais por raiva do que querendo machucar, Jurbo pegou um frasco de vidro que estava no chão e atirou, sem força, em Sinsalabin. O vidro acabou acertando as partes baixas do audaz guerreiro, mas não foi uma dor normal que nosso herói sentiu. Uma dor desproporcional, descomunal, atroz, atingiu Sinsalabin, enquanto flashbacks dos campos de trigo roçando em suas castanhas surgiam repetidamente em sua mente.

A dor não parava e nem diminuia a intensidade. Sinsalabin urrava de forma bizarra, um grunhido que ecoava floresta adentro. E, por fim, tombou. Não conseguia pensar direito. Agora, a cena de dois ovos numa frigideira invadiam sua mente e, ainda por cima, ouvia a gargalhada de Jurgo, que pegava a adaga no chão e caminhava em sua direção.

E agora Sinsalabin?

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